O paranaense Wagner Andolfato de Souza, de 25 anos, que estava a bordo do Boeing 737-200 que caiu na Amazônia peruana, na terça-feira, deverá ser atendido no Hospital Evangélico, em Curitiba, assim que receber alta dos médicos do hospital que está internado, em Lima, no Peru. O paranaense teve os braços e o rosto atingidos pela bola de fogo causada pela explosão do avião.

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O chefe do ambulatório de cirurgia plástica e queimados do Hospital Evangélico, o cirurgião plástico José Luiz Takaki, informou que a empresa Marrari, de Curitiba, onde trabalha Souza, já teria reservado leito no hospital para o rapaz.

"Eles ligaram hoje (quinta-feira) perguntando se teríamos condições para receber e tratar o Wagner. Disse que sim, que o Evangélico é tido como referência tanto no Brasil quanto fora", comentou o médico.

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"O paciente deve chegar neste fim de semana, mas somente se os médicos peruanos acharem que Wagner tem condições. Não é necessária essa pressa, o importante é que ele tenha condições de vir", complementou Takaki.

Vidal Signorelli, funcionário da empresa Marrari Automação, confirmou o contato com o hospital. "Entramos em contato com o pessoal do Evangélico. Deixamos os médicos de sobreaviso", contou.

Em entrevista à Gazeta do Povo Online, Wagner Souza disse que a previsão é que ele retorne ao Brasil neste fim de semana. "Amanhã (sexta-feira) começo o tratamento com pele de porco sobre as queimaduras. Os médicos disseram que precisam de um dia para ver se o tratamento é eficaz e se eu tenho condições de voltar para o Brasil", disse.

Tratamento com pele de animalO tratamento citado por Souza, que consiste na aplicação de pele de porco sobre a parte queimada, segundo Takaki, se chama heteroenxerto (enxerto com uso de tecido de espécies diferentes). "É um luxo esse tratamento. É muito caro. Aqui no Evangélico não usamos isso há 20 anos, pelo alto custo", surpreendeu-se o médico.

O cirurgião plástico explicou como e quais são as vantagens deste tratamento. "Esse tratamento é usado de forma imediata para salvar a vida do paciente. A pele pode ser de cachorro, porco, rã e até de cavalo", contou.

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"A pele do animal é dissecada, desidratada e esterilizada e depois aplicada na área queimada. A vantagem é que como tem as características de pele, impede a infecção, a perda de água e de calor, além de atuar também nas terminações nervosas baixando a dor. De 15 a 21 dias o corpo fabrica anticorpos que vai expulsar a pele do animal", explica o médico.

Autoenxerto e homoenxerto Ainda segundo o cirurgião, em casos de queimaduras o melhor é fazer um curativo biológico. "Além do heteroenxerto, existe o autoenxerto: consiste na retirada de pele do próprio paciente para ser enxertada nas regiões afetadas. Não há rejeição e é usado quando há queimaduras de 3.º grau", detalha Takaki.

"O homoenxerto consiste na retirada de pele da mesma espécie (outro humano). Em 45 dias o corpo expulsa essa 'nova' pele", diz o médico. Apesar de parecer o tratamento mais ideal, se comparado com a utilização de pele de animal, o médico explica que é muito mais complicado usar pele de outro homem.

"Para utilizarmos o homoenxerto é necessário fazer uma bateria de exame, como é feito numa transfusão de sangue, por exemplo. Corre-se o risco de o paciente se infectar com uma doença utilizando esse tratamento", explicou Takaki.

Paranaense poderá sofrer seis cirurgias

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