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Curitiba e Brasília – Os senadores paranaenses devem votar pela cassação do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), quando o processo chegar ao plenário, o que deve ocorrer na semana que vem. O senador Alvaro Dias (PSDB) disse ontem – após a aprovação do relatório que pede a cassação do parlamentar no Conselho de Ética – que prevaleceu o sentimento de que se deve preservar a instituição.

Ele também ressaltou o significado do voto aberto, adotado ontem no conselho. Com a fiscalização direta da população, a maioria dos parlamentares preferiu votar pela cassação de Renan. "Espero que os ventos do STF e da opinião pública possam soprar sobre o Congresso para atender à expectativa do país", afirmou Alvaro Dias, referindo-se à votação em plenário, que será com voto fechado. O senador paranaense, como já declarou antes, garantiu que vai votar pela cassação.

Embora membros da base governista, Flávio Arns e Osmar Dias também devem votar pela cassação de Renan. Ambos declararam logo no início das investigações, há três meses, que o colega deveria se afastar da presidência do Senado.

"É tudo deprimente, desagradável, não deveria estar acontecendo", diz Arns. Para ele, é importante deixar claro que o atual estágio do julgamento leva em consideração apenas a falta de decoro parlamentar.

O petista também cobra que, depois de uma possível cassação de Renan, as denúncias sejam levadas à Justiça. "Essas acusações foram surgindo uma após a outra e são graves. Não é só uma questão de perder o mandato, mas de saber se houve realmente todos esses crimes."

Osmar afirma que a filiação partidária não irá influenciar no voto em plenário. Segundo o pedetista, essa é uma decisão pessoal. Por isso, o fato de Renan contar com apoio da maioria dos 81 senadores não significa absolvição. "Quem está falando que pelo menos 50 vão votar contra a cassação está enganado", diz Osmar.

O pedetista participou da maior crise enfrentada pelo Senado, que causou a cassação de Luiz Estevão (PMDB-DF) e, depois, as renúncias de José Roberto Arruda (DEM-DF), Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA) e Jader Barbalho (PMDB-PA). Na época, ele era membro do Conselho de Ética e foi favorável à cassação dos quatro. Ontem, Osmar, que é membro da Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ), não compareceu à sessão da CCJ que validou o parecer do Conselho de Ética, pedindo a cassação de Calheiros.

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