Apesar de a maioria dos paranaenses considerar o valor dos pedágios incompatível com a qualidade das rodovias do estado, a maior parte deles acha que deveria haver mais obras para melhorar as estradas do que simplesmente reduzir a tarifa. As informações são de um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas feito a pedido da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).
Para 71,1% dos entrevistados, o preço cobrado nos pedágios é "incompatível" ou "totalmente incompatível" com o serviço que é oferecido. Apenas 0,05% respondeu que o custo-benefício é "totalmente compatível". Enquanto isso, o maior investimento em obras nas rodovias foi apontado como prioridade por 40,7% e abaixar a tarifa por 25%. Outros 33,4% responderam "os dois".
A grande maioria (78,3%) afirmou que o governo deveria estipular um novo contrato com as concessionários de pedágio já, ao invés de esperar o fim dos vigentes (apenas em 2022).
O trabalho da CPI dos Pedágios, em funcionamento na Assembleia Legislativa do Paraná, pode ter algum impacto na percepção dos paranaenses sobre os pedágios. A maioria dos entrevistados (50,5%) tinha conhecimento sobre o trabalho da CPI. Apesar disso, o número de pessoas que acha que o trabalho da comissão trará benefícios à população (45,2%) não está muito distante dos entrevistados que acham que nada vai mudar (42,9%).
O número de pessoas que disseram estar insatisfeitas ou muito insatisfeitas com os pedágios no Paraná também é expressivo: 40,5%. Além disso, 42,8% respondeu que as estradas do estado estão distantes ou muito distantes do ideal em termos de estrutura, segurança, sinalização, conservação do asfalto, serviços ao usuário, socorro, área de descanso, rede de alimentação e postos de atendimento, entre outros.
A concessão das estradas a empresas foi apontada como melhor alternativa por apenas 31,9% dos entrevistados, enquanto a maioria (62,7%) diz que o ideal seria que o governo cuidasse das rodovias com o dinheiro dos impostos.
Para a Fiep, que encomendou a pesquisa, os dados obtidos com o levantamento endossam o posicionamento da entidade, que considera que o preço das tarifas é o fator que mais prejudica a competitividade dos produtos paranaenses. A entidade pede a revisão do modelo de concessões, a redução das tarifas e a realização de obras que melhorem o tráfego e a segurança das rodovias.
Metodologia
Foram entrevistadas 2.512 pessoas com mais de 16 anos em 90 municípios de todas as regiões do estado. A pesquisa foi realizada entre os dias 30 de setembro e 6 de outubro. De acordo com o Paraná Pesquisas, a margem de erro é de 2% para os resultados gerais. Entre os pesquisados, 67,6% respondeu que trafegou por alguma rodovia pedagiada no Paraná durante o último ano.
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