Passageiros de um dos ônibus da Linha Turismo passaram por momentos de desespero nesta terça-feira (12) em Curitiba. No auge do temporal que atingiu a capital, por volta das 17h - quando o Simepar registrou 20 milímetros de chuva (um quinto do aguardado para o mês todo) - , parte do grupo de pessoas que estava na parte superior do coletivo foi surpreendida pela forte chuvarada e teve que circular por um bom trecho da capital enfrentando, além do aguaceiro, queda de granizo.
A militar da Aeronáutica Camila Anjos Lacerda, 35 anos, foi uma das que viveu o “momento inesquecível” na cidade. Turista de São José dos Campos, interior de São Paulo, ela ficou presa com o marido e o filho de 7 anos na escada que conecta os andares do ônibus, por causa da superlotação na área coberta. O filho mais velho do casal, de 13 anos, conseguiu se refugiar em meio aos outros passageiros.
A família embarcou no ônibus no parque Tanguá por volta das 16h05. Eles ficaram na parte de cima porque a de baixo já estava cheia. Chegando ao ponto de Santa Felicidade, quarta parada depois da partida, o pé d’água começou a cair . Segundo Camila, o motorista continuou guiando o ônibus pela trajetória normal, com passageiros entrando na parte de baixo para se refugiar e os da cobertura sem conseguir descer. O ônibus em que a família estava era da frota antiga, ainda sem teto.
“Fiquei com meu filho de sete anos na escada porque não conseguimos descer. Atrás de mim havia mais crianças. Ninguém conseguiu descer. Com a chuva, o vento e o granizo todo mundo começou a gritar, a chorar”, narra Camila, que informou ter pedido ao motorista para que parasse em um posto de combustível - o que ele não fez. “Na Rua das Flores continuamos tentando descer e nada. Só conseguimos descer da parte de cima, e depois definitivamente, na Rua 24 Horas”, disse. De acordo com a militar, todos os assentos da parte de baixo estavam ocupados, assim como os corredores.
Esta é a primeira vez da família em Curitiba. Eles chegaram na segunda-feira (11) e deixam a capital nesta quinta-feira (14). “Foi bem assustador, mas já passou. Foram ao menos 45 minutos de desespero”, completou.
Urbs
Procurada pela reportagem, a Urbs lamentou o ocorrido e disse que o ideal seria que a usuária entrasse em contato pelo 156 para relatar a situação.
A empresa informou ainda que o caso será investigado internamente, mas ponderou que os ônibus da Linha Turismo não podem sair da trajetória para não romperem fios de alta tensão. Segundo a Urbs, nenhum passageiro pode permanecer de pé nos corredores. São 55 assentos em cima e 55 embaixo.
