Um pato gerou comoção na manhã deste domingo (16), na Praia da Bica. O animal, que se protegia ao lado de uma manilha que despeja esgoto na baía, tremia de frio e estava com as penas revoltas, o que, para o biólogo Christian Roger Dockhorn, que passava pelo local, eram provas de que precisava ser resgatado. A cena de desolação da ave, que parecia não ter coragem de entrar na água suja para chegar até a faixa de areia, mobilizou alguns banhistas que, entretanto, também não quiseram se arriscar.
“Mergulho na Praia da Bica sem o menor problema. Mas não tenho coragem de entrar justamente onde desemboca essa imundície toda”, confessou a dona de casa Marlene da Silveira.
Para Dockhorn, o resgate do pato precisava ser urgente. Caso contrário, a ave morreria em questão de horas.
“O animal está com sinais nítidos de hipotermia. Se ninguém ajudá-lo a sair dali, ele não vai resistir”, afirmou o biólogo.
Uma equipe do GLOBO, que foi enviada ao local para outra reportagem, entrou em contato com o 19º Batalhão do Corpo de Bombeiros e solicitou o resgate da ave. Em 20 minutos, cinco homens chegou ao local. A rapidez no atendimento à ocorrência, contrastou com a falta de agilidade no salvamento do animal.
Primeiramente, usaram uma vara com enforcador. Mas, por descuido do agente, que estava em cima do deck que fica sobre a manilha, a peça caiu na água. Por pouco, não acertou o pato, que, mesmo assustado, não saiu de onde estava.
Na sequência, com uma escada e todo paramentado com roupa impermeável, tentou-se descer na direção do pato e pegá-lo com as mãos (que vestiam luvas bem grossas). Nesse momento, a ave, amedrontada, criou coragem e se aventurou nas águas sujas da baía.
Com isso, a estratégia adotada pelos bombeiros foi buscar o animal por um outro caminho, onde a baía não estava muito profunda. Era preciso subir de volta para o deck, entrar na faixa de areia e subir rumar por um caminho de pedras, pela água, até chegar ao pato. Mas, nesse ínterim, o cozinheiro Antônio Alves, que estava indignado com a morosidade do resgate, impetuosamente, tirou a camisa e uma carteira do bolso e, com uma bermuda jeans gasta e os pés descalços, levou três minutos para capturar a ave com as próprias mãos.
“Fala sério! Vocês com medo de entrar na água para salvar o animal. Isso aqui não faz mal, não. Lavou, está novo! É simples”, resmungou ele, que disse estar acostumado a entrar na Praia da Bica para pescar.
De acordo com agentes que estavam no local, o pato seria levado para o quartel da Ilha, onde iria permanecer até a chegada de um veterinário da ONG SOS Aves, que auxilia a unidade em casos como este. Dependendo do estado de saúde, o animal seria reintroduzido no seu habitat natural ou, caso estivesse machucado, seria levado para um centro de tratamento da entidade em Vargem Grande.
“Situações como estas acontecem muitas vezes, mas não necessariamente em bocas de esgoto, como foi o caso. É comum recebermos ligações para a retirada de aves que entram nas casas das pessoas ou em estabelecimentos comerciais”, revelou um agente do 19º Batalhão do Corpo de Bombeiros, que preferiu na se identificar.
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