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Estradas

Pedágio sobe 30% acima da inflação

Enquanto tarifas tiveram um reajuste médio de 136% desde 1998, IPCA foi de 81% no período

Nos últimos nove anos, as tarifas do pedágio tiveram um reajuste médio de 136,27%, índice muito superior à inflação do período medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que foi de 81,44%. O dado é do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas (Dieese) e foi calculado com base no acompanhamento das tarifas praticadas em seis praças de pedágio no estado: Jataizinho, Cascavel, Imbituva, Tibagi, Campo Mourão e São José dos Pinhais. Segundo o Dieese, o reajuste ficou 30,22% acima da inflação no período, descontados os investimentos e demais custos.

De acordo com o Dieese, a maior variação no período foi verificada na praça de São José dos Pinhais, administrada pela concessionária Ecovia. Lá, a tarifa sofreu um reajuste de 186,84% desde junho de 1998. A menor variação foi registrada na praça de pedágio de Imbituva, administrada pela concessionária Caminhos do Paraná: 103,57%. Um dado que chamou a atenção do Dieese foi outra grande variação verificada na praça de São José dos Pinhais. Em 1998, durante a campanha de reeleição de Jaime Lerner ao governo do estado, a tarifa caiu de R$ 3,80 para R$ 2,50. Hoje ela está em R$ 10,90, uma variação de 320%.

Para o diretor regional da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR), João Chiminazzo Neto, seria "leviano dizer que a tarifa subiu". "Não podemos simplesmente dizer que a tarifa subiu mais do que a inflação sem considerar o que está implícito nos contratos", disse. "Quando há desequilíbrio econômico-financeiro, a regra contratual estabelece o equilíbrio." Segundo Chiminazzo, os desequilíbrios podem ser causados por medidas unilateriais do governo do estado ou por projetos de lei como o deputado Antônio Anibelli, que isenta veículos do pagamento da tarifa. "Em qualquer lugar do Brasil, (a tarifa) nunca sobe sem estar atrelada à formula de reajuste pré-estabelecida", afirmou.

Nelson Kanan, presidente do Sindicato das Cooperativas de Transporte do Paraná (Sincoopar), diz que os caminhoneiros que partem do Sudoeste do estado com destino a Paranaguá gastam R$ 1.000 por semana com o pagamento das tarifas. "É mais caro do que pagar a parcela de um caminhão zero", calcula. "As concessionárias pegaram as rodovias prontas e só fazem a manutenção, mas cobram um preço absurdo. Se continuar desse jeito, só os grandes empresários de transporte continuarão. Os pequenos vão acabar, por causa do pedágio."

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