A invasão dos estudantes no prédio do bairro Rebouças da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) registrou um segundo dia de alta tensão na terça-feira (22), depois da tentativa de desocupação do último sábado (19). Alunos contrários ao movimento teriam tentado invadir o local munidos de pedras, capacetes, facas e rojões. A Polícia Militar (PM) conteve os manifestantes e ninguém foi detido. A Gazeta do Povo teve acesso a imagens do momento da revista, que mostram pedras, rojões e objetos cortantes.
Segundo relatos dos alunos do movimento de ocupação, estudantes e até mesmo professores teriam sido agredidos. Os policiais coletaram informações, formalizaram um Boletim de Ocorrência (BO) e os alunos que foram alvo pegaram uma guia de exame de corpo de delito para complementar os relatos. Segundo o advogado que acompanha o movimento, os exames podem ocorrer ainda nesta quarta-feira (23). Apesar da situação ter sido confirmada pela assessoria de imprensa da Polícia Civil, a Secretaria de Segurança Pública não informou se os exames já haviam sido feitos ou não e se alguma representação chegou a ser feita posteriormente.
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“Os alunos foram agredidos com pontapés, socos. As pessoas gritaram, alguns correram, os que estavam na ocupação quase saíram para ajudar. Mas a Polícia Militar conteve os agressores, fez revista e liberou os manifestantes”, conta Vitor de Carvalho Paes Leme, advogado que representa o movimento. Segundo ele, professores e apoiadores que estavam no local também teriam sido agredidos logo após o grupo contrário arrancar faixas do movimento Ocupa UTFPR.
De acordo com o relato do outro movimento, UTFPR Livre, contrário à invasão, não houve agressão. “Como de praxe eles atacam pessoas e movimentos que nem estavam no momento com o único objetivo de difamar e descredibilizar movimentos verdadeiramente democráticos. Quem acompanhou nossas lives viu nossa índole e seriedade, não escondemos o rosto feito bandidos, não agredimos, nem tacamos pau como fizeram conosco, muito menos perseguimos outros como aconteceu com vários apoiadores do movimento. Alegam terem sido agredidos, agora pergunte se quiseram fazer representação perante a PM... Não!”, informa a nota do movimento no Facebook.
Após a confusão, um tenente da PM prestou alguns esclarecimentos à imprensa. “O trabalho da Polícia Militar foi de conter a rixa. As equipes realizaram abordagem, foi feita a verificação, identificação de todos os envolvidos, ouvidas todas as partes. Não levamos em conta nada que tenha a ver com a manifestação em si. A atuação da polícia foi tão somente encerrar a rixa”, explicou. Segundo esse mesmo policial militar, diversas ligações ao 190 denunciaram as agressões. “Ouvimos todas as partes e não houve interesse de representação de nenhum dos lados. Isso poder ser complementado no futuro”.
De acordo com a Polícia Militar, os objetos cortantes, pedras e rojões foram encaminhados para o serviço de inteligência do 12.º Batalhão de Polícia Militar. Ninguém foi detido porque os objetos teriam sido encontrados no chão e os manifestantes não assumiram a posse. O 12.º Batalhão fará uma investigação no material. O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) também acompanhou a abordagem.
Terceiro dia sem aulas
As ocupações entraram no terceiro dia útil nesta quarta-feira (23). As aulas foram adiadas novamente no campus. “Nós estamos adiando as aulas dia a dia. Temos uma comissão que está trabalhando na negociação de desocupação. Fazemos essa avaliação momentânea no começo de toda tarde. Se nada foi normalizado até a data, adiamos as atividades do dia seguinte. Nós oficializamos por e-mail alunos e servidores, alertando do adiamento das atividades acadêmicas e administrativas”, informa Sandroney Fochesatto, pró-reitor da UTFPR.
Em torno de 5.500 alunos estão sem aulas na instituição. “Nossa postura desde o início é de adiamento das atividades, não de cancelamento. Assim que tudo voltar ao normal vamos sentar com toda a equipe e trabalhar nessa reposição. Isso para quem tinha atividades como provas de final de ano e até mesmo apresentação de TCC”, alerta Fochesatto.
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