Até o final deste ano, as penitenciárias da região Noroeste do Paraná devem abrir pelo menos 730 novas vagas. O anúncio feito foi feito na segunda-feira (17), durante reunião de secretários estaduais no Palácio Iguaçu, em Curitiba. A medida faz parte de um trabalho conjunto para esvaziamento de delegacias e transferência de presos.
O objetivo do governo do Estado é abrir cerca de duas mil vagas no sistema penitenciário até o final do ano. Pelo menos 230 detentos devem ser levados para a Colônia Penal Industrial de Maringá. Outras 500 vagas devem ser criadas nos próximos dias na Penitenciária Estadual de Cruzeiro do Oeste.
O Estado ainda prevê que mais de 800 vagas serão disponibilizadas com a implantação de camas adicionais, que serão distribuídas nas unidades prisionais do Paraná. De acordo com informações o Sistema de Informação de Penitenciárias (Infopen), aproximadamente 11,9 mil presos estão em delegacias no Paraná, quatro mil a menos do que no início do ano passado.
"O esforço que faremos é para chegar no final do ano com menos de 10 mil presos em delegacias", disse o secretário da Segurança Pública, Cid Vasques, em entrevista para a Agência Estadual de Notícias (AEN).
Delegacia de Maringá tem pior situação carcerária
Segundo Comissão de Direitos Humanos é a 9ª Subdivisão Policial de Maringá é o local com a pior situação carcerária da cidade. A constatação veio com a visita realizada no início deste mês por integrantes da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Seção do Paraná (OAB- PR).
Na ocasião, a presidente do grupo, Isabel Mendes, afirmou que problemas estruturais e superlotação são comuns em todas as unidades, mas que a comissão encontrou situações quase opostas ao comparar a Penitenciária Estadual de Maringá (PEM) e a 9ª Subdivisão de Delegacia Civil (9ª SDP). que tem condições precárias de higiene e convivência.
"Ouso dizer que encontramos o inferno na terra." Ela afirma que as celas que têm capacidade para quatro presos estão, atualmente, com 22 presos cada. "Encontramos baratas, ratazanas e um cheiro insuportável causado por vazamentos da tubulação do local. É uma situação lamentável."A comissão visitou também a Casa de Custódia de Maringá (CMM) onde a presidente afirma que há problemas condições estruturais. Isabel afirma que mesmo um ano após a rebelião no local, ainda existem barras de ferros retorcidas e enferrujadas espalhadas na área externa da unidade. Além disso, a presidente aponta que a CMM conta apenas com 360 detentos, pouco mais de um terço de sua capacidade. "Se recebesse os presos excedentes que estão na 9ª SDP, por exemplo, poderia resolver o problema da superlotação que encontramos lá", defende.