Cumprir atividades domésticas em casa e cuidar de crianças menores são outras funções desempenhadas pelos pequenos. João*, 10 anos, conta que às vezes precisa cuidar das quatro sobrinhas, que têm entre 2 e 5 anos, enquanto a mãe dele não está em casa, no bairro Liberdade, em Colombo, região metropolitana de Curitiba. "Minha mãe sai bastante. Dou meus carrinhos para elas brincarem. É difícil cuidar, uma quer uma coisa e a outra quer também. Dou uns tapinhas", conta. Já o vizinho Marcos*, 12 anos, passa a tarde sozinho em casa e tem que lavar a louça, varrer, arrumar a cama e às vezes fazer o almoço.

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Para líderes comunitários do bairro, situações como essas geram preocupação. "O momento de vida delas é de brincar com outras crianças. A família acaba tirando esse direito", diz Maria José Machado dos Santos, gestora do projeto Catavento, da ONG Ciranda, que oferece na comunidade atividades de contraturno escolar. A iniciativa também tem o objetivo de impedir que as crianças fiquem expostas à violência.

O presidente da Cooperativa de Catadores de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral, Waldo­­miro Ferreira da Luz, diz que os pais muitas vezes optam por levar a criança junto para o trabalho na rua, para evitar que ela, ficando em casa, se envolva com traficantes. Ele explica que dentro da cooperativa o trabalho só é permitido para indivíduos acima dos 18 anos.

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* Nomes fictícios