Os sem-terra não eram os únicos manifestantes presentes ontem em frente ao prédio do Incra em Curitiba. Engenheiros agrônomos que integram a carreira de peritos federais agrários do instituto promovem desde segunda-feira uma paralisação de 72 horas, em protesto contra a defasagem salarial da categoria.

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"Estamos mobilizados pela reestruturação da carreira", afirma Ronílson Campos, representante da Associação Nacional dos Engenheiros Agrônomos do Incra (Assinagro) no Paraná.

"O processo de desmonte do instituto vem desde o governo Fernando Henrique Cardoso. O governo Lula chegou a fazer alguns concursos, mas a situação precária da carreira não mantém os servidores, que migram para outros postos no serviço público."

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Armelindo Rosa da Maia, integrante da coordenação do MST no Paraná, concorda com as queixas dos servidores do instituto. "O Incra é uma au­­tarquia federal sucateada, que não consegue cumprir sua função de investigar para que se cumpra a Constituição onde exista terra improdutiva, ou que não cumpra a função social da propriedade, ou ainda que pertença à União", afirma.

Segundo o representante da Assinagro, a remuneração atual dos peritos agrários federais corresponde a apenas 40% do valor que recebem os engenheiros agrônomos que atuam como fiscais federais agropecuários do Ministério da Agricultura. A categoria vem fazendo paralisações para pressionar o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão nas negociações salariais.

A assessoria de comunicação do Ministério do Planejamento afirma que o acordo firmado com a categoria em 2008 continua em vigor e que todos os reajustes previstos estão garantidos até 2011. De acordo com a assessoria, não há necessidade de paralisações ou outros instrumentos de pressão porque a pasta está aberta ao diálogo com os servidores.

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