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Apesar dos avanços significativos alcançados pelo tratamento oncológico nas últimas décadas, alguns tipos de tumor ainda têm uma expectativa de cura muito reduzida. Nesse sentido, os especialistas acreditam que a prevenção continua sendo a grande arma na luta contra a doença.

Para o oncologista especialista em câncer de próstata, Fábio Cury, colega de David Roberge na Universidade McGill, do Canadá, apesar de existir uma busca frenética pela melhora do tratamento em todas as áreas, é nos tumores mais comuns, como mama e próstata, que se concentra a maioria das pesquisas. Segundo ele, os incentivos financeiros são maiores nesses casos.

Para Cury, que há três anos vive no Canadá, o Brasil ainda está muito atrasado em relação a outros países. "O que eu vejo fora do país e que não tem muito aqui é incentivo à pesquisa. O apoio a estudos no Brasil é basicamente privado, a pesquisa apoiada pelo governo é muito limitada. Não só no que diz respeito ao desenvolvimento de novas drogas, mas também de novas tecnologias e equipamentos", afirma.

Para Cury, outra dificuldade enfrentada no Brasil é o tempo que tratamentos de ponta levam para chegar à rede pública de saúde. "A medicina no Brasil não é socializada como é no Canadá. Lá não existe um plano de saúde privado, o paciente nem é autorizado a pagar pelo tratamento. Aqui, infelizmente, o que acontece é que quem tem dinheiro e pode pagar mais tem o melhor tratamento", comenta.

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