Um bar que fica em frente à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, foi pichado com a frase "A UFMG vai ficar preta", num provável protesto à decisão unânime do Supremo Tribunal Federal (STF), tomada no ultimo dia 26 de abril, que julgou ser constitucional o sistema de cotas para afrodescendentes.
A UFMG informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que repudia "qualquer tipo de manifestação racista". A universidade encaminhou registro fotográfico da pichação para o Conselho Universitário, que decidirá amanhã se vai abrir investigação para tentar identificar os suspeitos de terem pichado o bar.
No entanto, a UFMG esclarece que, desde 2009, adota o sistema de bônus para estudantes provenientes de escolas públicas, que difere do esquema de cotas para negros. O sistema de bônus prioriza alunos que estudaram por pelo menos sete anos em escolas públicas. Esses estudantes contam com um adicional automático de 10% sobre a nota dos concorrentes nos exames de seleção. De acordo com a universidade, se esses alunos se declaram negros ou pardos, têm um acréscimo de mais 5% no bônus.
A justificativa da UFMG para adoção desse sistema é que, independentemente da raça, o que conta no momento da seleção é o preparo a que o estudante teve acesso. E pelos cálculos da universidade, há uma diferença média de 10% entre o desempenho dos estudantes das escolas públicas e os das particulares.
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