Sério e corajoso. Segundo familiares de Vitor Ascânio Caldonazo, 65 anos, piloto do avião que caiu ontem em Curitiba, esses dois adjetivos definiam bem a sua personalidade. O primeiro vinha da maneira como encarava as situações do dia a dia: crítico, costumava acompanhar os jornais para se inteirar do que acontecia na cidade e era capaz de fazer análises contundentes sobre os mais diversos temas, mas sem perder a serenidade. Já a coragem se devia principalmente à sua história de vida: aos 16 anos, despediu-se dos pais e dos dez irmãos, que ficaram em Varginha (MG), e rumou para Belo Horizonte, à procura de trabalho e estudo.
Pouco tempo depois, decidiu tentar a sorte em Curitiba, onde chegou ainda jovem, antes dos 20 anos. Como a ligação com a família era forte, não tardou para que os pais, Pedro e Celina Caldonazo, viessem com os outros filhos para a capital, onde se estabeleceram no bairro de Vista Alegre. Na cidade, trabalhou em várias áreas foi funcionário de uma gráfica e da Rede Ferroviária Federal até formar-se farmacêutico e bioquímico. De 1978 a 2000, foi um dos diretores do Laboratório Frischmann Aisengart.
Muito ligado à família, gostava de passar o tempo ao lado da esposa e das filhas, além de visitar os irmãos que moram em Curitiba. Dos dez irmãos, dois já são falecidos e duas irmãs ainda moram em Varginha. Além da família, a maior paixão era a aviação, um gosto adquirido na juventude, mas colocado em prática já na maturidade, em meados dos anos 80, quando começou a tomar aulas de pilotagem. Chegou a ser dono de uma escola de formação de pilotos, que ainda funciona em um dos hangares do Bacacheri.
O sobrinho Carlos Caldonazo conta que a experiência do tio com aeronaves o habilitou até a pilotar aviões comerciais que faziam o trajeto Curitiba-São Paulo. Sempre que podia, gostava de mostrar fotos em que aparecia feliz sentado na cadeira de piloto. "Ele amava pilotar, tanto que faleceu fazendo aquilo que mais gostava", diz Carlos. Quando a paixão "dava uma trégua", entregava-se a outro hobby, a pescaria, atividade que gostava de praticar na região de Mato Grosso. Em Curitiba, sempre que podia, levantava cedo para caminhar pelo Parque Barigui. Deixa a esposa e duas filhas.
O internauta João Paulo Wodiani postou no YouTube um vídeo mostrando o incêndio. Confira:
Veja o local da queda do avião:
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora