Terminou após 40 dias a angústia para o piloto Evandro Rodrigues de Abreu e o copiloto paranaense de Maringá Rodrigo Frais Agnelli, sequestrados no aeroporto de Pontes e Lacerda (MT), no dia 20 de setembro. Eles foram libertados pelos sequestradores há dois dias em Santa Rosa, na Bolívia - a cerca de 1.500 quilômetros de distância do local do desaparecimento. Eles só conseguiram contato com a polícia na madrugada desta quinta-feira (30), em Guajará-Mirim (RO), depois de uma caminhada de quase 50 horas.
Os dois devem chegar a Cuiabá, capital do Mato Grosso, ainda nesta tarde. O avião ainda não foi localizado, segundo a Polícia Militar (PM) de Guajará Mirim.
Ainda conforme a PM, os dois relataram que a libertação foi feita de forma espontânea, devido a uma briga entre os criminosos que não chegaram a um acordo sobre a venda do bimotor. Durante o tempo em que ficaram em posse dos bandidos, segundo a polícia, os pilotos confirmaram a suspeita das investigações: foram obrigados pelo grupo de narcotraficantes a fazer voos para transportar drogas para a Bolívia.
Durante a madrugada, Agnelli entrou em contato com a família que aguardava notícias dele em Maringá. Assustado e chorando muito, ele disse que estava bem, e que não havia sofrido maus-tratos, contou o primo dele Fernando Rezende. "Foi um momento de emoção. Eles sofreram muito, principalmente nesses últimos dois dias, porque foram deixados em um local desconhecido e caminharam muito em busca de ajuda."
Rezende disse também que a família do copiloto já está em Cuiabá, cidade onde moram, aguardando a chegada dele e do piloto, que deve ocorrer ainda nesta tarde. O transporte está sendo feito por um avião do deputado José Riva (PSD), marido da candidata derrotada ao governo do MT Janete Riva, para quem os dois prestavam serviço no momento do sequestro.
Na hora do desaparecimento, a candidata cumpria agenda política no centro da cidade. Ela só ficou sabendo do sumiço do bimotor ao chegar ao aeroporto, minutos depois de ele decolar, segundo a assessoria do PSD.