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| Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo

Médicos também protestam em Foz

Denise Paro, da sucursal em Foz do Iguaçu

Em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, dezenas de médicos ocuparam no final da tarde desta quarta-feira (3) a praça do Colégio Bartolomeu Mitre, na área central, para protestar contra a contratação de profissionais estrangeiros. Segundo o diretor regional do Conselho Regional de Medicina de Foz do Iguaçu (CRM), Isidoro Villa Mayor, a contratação só é aceita mediante a revalidação do diploma. Hoje há 45 médicos estrangeiros atuando em Foz. Todos fizeram a prova para poder prestar o serviço.

  • Protesto de médicos contra a importação de profissionais em Curitiba nesta quarta-feira (3)

A intenção do governo federal de "importar" médicos para o Brasil levou cerca de dois mil manifestantes para as ruas de Curitiba nesta quarta-feira (3). Na capital, o protesto – organizado pela Associação Médica do Paraná (AMP), Conselho Regional de Medicina (CRM-PR) e Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) – deve teve início às 10h30 na Boca Maldita, no Centro da cidade. O ato também deve ser realizado no interior do estado e em diversos municípios brasileiros, sob motivação de entidades médicas nacionais que organizaram o movimento nacional "Vem pra rua pela saúde".

Veja imagens do protesto em Curitiba

Segundo o CRM-PR, após a concentração, os médicos, estudantes de Medicina e pacientes do SUS que integram a passeata na capital seguiram até a Praça Santos Andrade, em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde chegaram por volta das 11h10. Os médicos presentes no local usavam roupas e jalecos brancos, nariz de palhaço e uma faixa preta no braço, segundo informou a assessoria de imprensa do conselho. A dispersão ocorreu por volta do meio-dia. O mesmo ato já havia sido realizado no último dia 25 de maio e envolveu mais de mil pessoas.

Com o protesto, o atendimento nos hospitais Santa Casa e Cajuru, em Curitiba, teve redução da equipe de atendimento a 30% do normal, para que os demais médicos pudessem participar do evento, informou o CRM. A assessoria de imprensa da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), responsável pelas duas instituições de saúde, não informa a quantidade de médicos que deixaram o serviço para aderir aos protestos. No entanto, o órgão confirma que as cirurgias e os atendimentos eletivos (não urgentes) foram remanejados para outras datas. A transferência foi comunicada aos pacientes. Os atendimentos de urgência e emergência não sofreram alterações.

Segundo o conselho, nenhum profissional foi orientado a paralisar os atendimentos nesta data, e os atendimentos de urgência e emergência em todos os hospitais permanecem inalterados.

"Não podemos aceitar que a conta caia no médico, como se o médico fosse culpado. A estrutura da saúde no país está precária, os médicos estão com dificuldades nos atendimentos e acho que não é um erro reconhecer isso. O que queremos é lutar para mudar essa situação", declarou o presidente do CRM-PR, Alexandre Gustavo Bley.

No Paraná, os atos também serão realizados também em Campo Mourão, Francisco Beltrão, Londrina, Maringá, Paranavaí, Ponta Grossa, Rio Negro, Foz do Iguaçu, Cascavel e Pato Branco. A organização pede que os manifestantes usem roupas ou jalecos brancos.

Conforme nota publicada no site do CRM-PR, o protesto visa chamar a atenção para os equívocos que envolvem as políticas públicas do setor, em especial o subfinanciamento do SUS, e ainda a defesa da regulamentação do ato médico, da implantação de plano de carreira médica e da revalidação dos diplomas obtidos no exterior, contra a proposta do governo federal de "importar" profissionais sem a necessária comprovação de habilidades técnicas e domínio do idioma local.

Veja imagens do protesto

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