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Curitiba

PM afasta dois policiais envolvidos em ação do Bairro Alto

A Polícia Militar (PM) do Paraná informou, na tarde desta quinta-feira (29), que dois policiais que participaram de uma abordagem ocorrida no último fim de semana, no Bairro Alto, em Curitiba foram afastados. Eles passam a cumprir serviços administrativos na corporação. A ação policial é investigada pelo Grupo Especial de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR), depois da denúncia de que os PMs teriam cometido uma série de excessos, como agressões, tortura e racismo.

A Corregedoria da PM também apura os supostos abusos e, nas investigações, identificou dois policiais que participaram da abordagem. Eles devem permanecer afastados da corporação até a conclusão do inquérito policial militar aberto pela PM. Caso sejam comprovados os excessos, as punições previstas variam de repreensão a expulsão. Os nomes e as patentes dos policiais afastados não foram divulgados.

Cerca de 15 policiais militares participaram da ação sob investigação. A PM não descarta que outros venham a ser identificados e, consequentemente, afastados. Todos estão lotados na 3ª Companhia do 20º Batalhão da PM.

O caso

Segundo a PM, a ação começou depois que uma equipe flagrou um motociclista sem capacete fazendo manobras perigosas na Rua Rio Guaíba, no Bairro Alto, por volta das 19 horas de sábado (24). O motoqueiro teria desobedecido a ordem de parar e entrado em uma casa. Moradores da casa negam que tenham havido perseguição e afirma que o rapaz apenas estava com a moto ligada, mas parada, em frente à residência.

A ação desastrosa teria começado a partir desta abordagem. De acordo com moradores e vizinhos, policiais militares invadiram a casa e agrediram várias pessoas, entre ela uma idosa de 74 anos e uma adolescente portadora de deficiência física. Vídeos gravados por vizinhos mostram o grande número de viaturas paradas em frente à residência e uma aglomeração de policiais e moradores.

Em um vídeo divulgado pela Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (AbraCrim) e entregue ao Gaeco, seis pessoas afirmam ter sido agredidas. As imagens também mostram vários cômodos da casa e peças de roupas sujos de sangue, após a ação policial. Também é possível ver um pedaço de cassetete, possivelmente usado pelos policiais.

Onze pessoas foram presas, entre elas a advogada Andréia Cândidos Vítor. Ela afirma ter sido levada com outros três suspeitos a um módulo policial, na Praça da Liberdade, onde os quatro teriam sido torturados com tapas no rosto e pontapés. Ela ainda teria sido vítima de injúria racial.

Na descrição da ocorrência, os policiais afirmam que foram hostilizados por moradores e que precisaram usar armas não letais, como teasers e bastões. Eles descrevem que as viaturas foram recebidas a pedradas, mas em nenhuma das imagens apresentadas é possível comprovar esta versão.

VIDA E CIDADANIA | 2:15

Segundo denúncias feitas por moradores do Bairro Alto, policiais militares teriam agido de forma truculenta durante uma abordagem. Os moradores acusam os PMs de agressão e racismo. Denúncia será investigada, segundo a corporação

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