Com pouca circulação de carros e alunos, o modelo de polícia comunitária da PM estreou com pouco trabalho nesta quarta-feira (9) no campus da USP, na zona oeste de São Paulo.
O início do programa da Polícia Militar em parceria com a universidade ocorre durante a Semana da Pátria, na qual estudantes de graduação e pós-graduação estão em recesso, pouco mais de uma semana após um estudante ter sido baleado em uma tentativa assalto.
Esse caso específico do estudante baleado precipitou a estreia do programa, que ainda estava em fase de debates internos na universidade. Apesar de algumas resistências, a ampliação da presença da PM era uma pressão tanto de alunos como de familiares dos estudantes, diante do aumento da violência no local, como assaltos e estupros.
Indagado pela reportagem, um PM que pediu para não ter o nome divulgado afirmou que, nesta manhã, cerca de dez policiais circulavam pelo campus, número que deve aumentar durante o dia, quando os índices de criminalidade são maiores. A PM atua em conjunto com a guarda universitária.
Além de uma base fixa com duas agentes, situada na Portaria 3, próxima à favela São Remo, uma base móvel também com dois agentes, veículos e equipes de moto fizeram ronda pela USP nesta manhã.
Por ora, esses policiais são identificados por um colete provisório, já que o oficial, com os símbolos da PM e da USP, ainda não ficaram prontos.
De acordo com integrantes da polícia comunitária, uma das principais instruções é evitar ao máximo confrontos com alunos.
Em eventuais manifestações, por exemplo, a regra é que apenas forças externas, como o Batalhão de Choque, atuem caso necessário. O objetivo, segundo os organizadores, é preservar a interação entre PM e alunos.
Para o estudante de publicidade Gregor Pereira, 20, se essa proposta for mantida, é possível que o novo sistema funcione. “Se a ideia da PM representando a sociedade universitária for mantida e tivermos policiais jovens, negros, mulheres, já é um bom caminho. O que não queremos é que a repressão policial continue”, diz.
O estudante colombiano de pós-graduação Jairo Mendoza, 27, ficou mais tranquilo quando chegou à universidade e viu a base comunitária provisória no Portão 3. “É difícil fazer com que os alunos se sintam seguros no campus, mas, se o policiamento aumentar, facilita.”
Novos agentes estão passando pelo curso de policiamento comunitário para aumentar o contingente, que, segundo declarou o secretário de segurança de São Paulo, deve passar de 34 para 42.
A construção de uma base fixa na Praça do Relógio, próxima à reitoria, também está prevista.
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