Leia mais sobre a ocupação na fazenda Syngenta
Governo do Paraná terá 15 dias para desocupar área da Syngenta
Desapropriação da fazenda da empresa Syngenta é anulada
A Polícia Militar irá negociar com as lideranças da Via Campesina a saída pacífica das 80 famílias que ocupam, desde 14 de março do ano passado, a fazenda experimental da multinacional Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, no Oeste do Paraná. A informação foi repassada nesta quinta-feira pelo comandante do 6.º Batalhão da Polícia Militar (BPM), de Cascavel, major Celso Borges. A negociação acontece depois que a Justiça ordenou, pela segunda vez, a reintegração de posse da área, além de estabelecer multa diária de R$ 2 mil ao governador Roberto Requião, caso a decisão não seja cumprida.
O comandante do 6.º BPM é o mesmo que negociou em 8 de novembro de 2006 a saída dos sem-terra do local. Eles ficaram acampados do lado de fora da empresa, mas retornaram à empresa quando o governo do estado anunciou a desapropriação da área. O ato foi anulado depois pela Justiça. O major Borges já esteve há dois dias na fazenda para falar com os sem-terra. "Não havia nenhuma liderança no local. Estou esperando o retorno deles de um encontro em Brasília para conversar", disse o oficial.
De acordo com ele, o encaminhamento a ser adotado no caso é a saída pacífica dos campesinos. Ele afirmou, por outro lado, que não há data para fazer o acordo e nem para a saída dos sem-terra. O juiz da 1.ª Vara Cível de Cascavel, Fabrício Priotto Mussi, que deferiu a nova liminar de reintegração de posse no dia 29 de maio, estabeleceu um prazo de 15 dias para o governador disponibilizar a força policial necessária à execução da ordem. O juiz Mussi já fez a carta precatória (ordem do juiz de Cascavel para que o juiz de Curitiba informe o governador Roberto Requião sobre a multa), faltando apenas o despacho para o mandato de notificação. Segundo a advogada da empresa, Rogéria Dotti Dória, essa intimação ao governador deve acontecer nos próximos dias e, após isso, o prazo passará a correr. No despacho, o juiz argumentou em sua decisão que houve uma nova invasão no imóvel, depois da desocupação em 8 de novembro do ano passado, e por isso decidiu que seja cumprida a nova ordem.
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