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Os dois policiais militares que estão presos preventivamente, sob suspeita de terem participado da chacina que vitimou quatro pessoas no bairro Sítio Cercado, prestaram depoimento à Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na tarde desta terça-feira (5). O crime teria sido motivado porque uma das vítimas – um traficante – estaria devendo o dinheiro do "pedágio" aos PMs. O caso está protegido por segredo de Justiça.

Os suspeitos chegaram à DHPP no início da tarde, acompanhados de seu advogado. Os depoimentos duraram cerca de três horas. Ambos os policiais estão lotados no 13º Batalhão da Polícia Militar (PM), que atua nos bairros da região sul da capital.

Segundo o advogado Cláudio Dalledone, que defende os policiais, ambos disponibilizaram seus celulares para quebra de sigilo telefônico. Os suspeitos deram à Polícia Civil nomes de pessoas que poderiam comprovar onde eles supostamente estavam na hora do crime.

"Nós temos testemunhas que comprovam o local, a hora e o que faziam cada um deles. Isso não vai exceder mais de dez testemunhas", diz Dalledone. O advogado ainda afirmou que a Polícia Civil realizará uma reconstituição simulada dos fatos e os dois policiais se dispuseram a participar da reconstituição.

Investigação

A Gazeta do Povo apurou que o inquérito conta com um vídeo, gravado por uma câmera de segurança, que mostra quando três homens invadem a casa, onde o traficante morava com a família. Chama a atenção a conduta "operacional" dos suspeitos. Eles se postam como policiais em operações táticas e portam as armas em "posição sul" – da forma que os agentes são treinados.

Testemunhas sigilosas ouvidas pela DHPP contaram que o traficante executado pagava R$ 2 mil a cada 15 dias aos policiais militares, para poder vender drogas sem ser incomodado. Um dos policiais presos foi identificado por testemunhas, a partir de fotos e pelas imagens da câmera de segurança.

Um dos "patrões" do tráfico na região seria "sócio" dos policiais investigados. Ele indicaria a quem fornecia entorpecentes e esses traficantes menores passavam a ser extorquidos pelos PMs, que cobravam "pedágio". O dinheiro arrecadado seria repartido entre os agentes e o "patrão".

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