A Polícia Civil do Pará está apurando a morte do trabalhador rural Obede Loyola Souza, 31 anos, ocorrida na quinta-feira (9), no acampamento Esperança, em Pacajá (PA). Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o corpo da vítima foi localizado no sábado (11). Durante os preparativos para o sepultamento, o corpo foi levado por homens da Força Nacional de Segurança, ainda no sábado, para o Instituto de Medicina Legal (IML) de Belém. O sepultamento deve ser realizado nesta terça-feira (14), em Tucuruí (PA).
Ainda de acordo com a CPT, o rapaz não fazia parte de algum grupo organizado de trabalhadores rurais e não recebia apoio da pastoral. O acampamento, no entanto, foi montado com apoio do Projeto de Assentamento Barrageira e da Casa Familiar Rural de Tucuruí.
A vítima foi executada com um tiro de espingarda no ouvido, a cerca de 500 metros de casa. Ele era casado e tinha três filhos. O corpo foi levado inicialmente para Tucuruí (PA), onde o caso foi registrado pela polícia. Após a liberação para o sepultamento, já no cemitério, a Força Nacional de Segurança suspendeu o enterro e levou o corpo para Belém, onde foi submetido a exames periciais.
De acordo com a CPT, o trabalhador rural teria discutido com um representante de madeireiros na região. Souza teria se colocado contra a extração ilegal de madeira, principalmente de castanheiras, na região de Pacajá e Tucuruí. Segundo a CPT, ele alegava que o trabalho dos madeireiros deixava as estradas de acesso ao acampamento Esperança e aos assentamentos da região intrafegáveis, principalmente no período chuvoso.Testemunhas do crime
Segundo relatos de testemunhas aos integrantes da pastoral, no dia do crime, quatro homens foram vistos em uma picape e entraram no acampamento.
Uma das testemunhas teria informado que outros dois trabalhadores, representantes do Projeto de Assentamento Barrageira e da Casa Familiar Rural de Tucuruí também discutiram com madeireiros na mesma época em que Souza entrou em confronto com os fazendeiros.
Integrantes da CPT, de Tucuruí e de Pacajá, estão reunidos nesta terça-feira para debater a morte de Souza.Segredo de Justiça
Na sexta-feira (10), a Justiça de Marabá decretou sigilo no processo de apura a morte do casal de extrativistas José Claudio Silva e Maria do Espírito Santo, mortos em uma emboscada em 24 de maio, em Nova Ipixuna (PA).
O secretário de Segurança Pública, Luiz Fernandes Rocha, disse ao G1 que está investigando a denúncia de um agricultor do assentamento Praialta Piranheira, em Nova Ipixuna, contra policiais militares e civis do Pará, que teriam feito ameaças contra ele, em 2010.
Rocha tomou ciência do fato e os quatro policiais citados na denúncia estão sob investigação. Segundo ele, a conduta dos policiais foi errada. "Já ouvimos entre 50 a 60 pessoas sobre isso. Vamos analisar a conduta deles e depois levar o caso para as corregedorias das polícias Civil e Militar", disse o secretário.
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