A Polícia Civil de Santa Catarina informou nesta quinta-feira (23) que indiciará 80 pessoas pela onda de ataques a ônibus, prédios da segurança pública e casas de policiais iniciada em 26 de setembro.

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O delegado Procópio Silveira Neto, responsável pelas investigações, disse que entre os indiciados há criminosos que já estavam presos e que foram detidos durante os atentados.

"Tem também um grupo pequeno que ainda está em liberdade. Mas nós sabemos quem são, e prendê-los é questão de tempo", disse o policial, sem precisar números.

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O grupo deve ser indiciado sob suspeita de crimes como formação de quadrilha, associação para o tráfico de drogas e porte de armas.

O secretário estadual da Segurança Pública, Cesar Grubba, disse que a motivação dos ataques é "a repressão ao crime organizado". "Isso [atentados] se deve ao combate efetivo da nossa polícia a essa criminalidade."

Segundo o secretário, só no último mês foram apreendidas em Santa Catarina três toneladas de drogas e 3.000 armas.

No ano passado, 98 pessoas foram denunciadas pelos atentados de 2013 e 2012, que somaram 182 ocorrências em 54 cidades. Oitenta delas foram condenadas.

Segundo a Promotoria, a maioria tinha ligação com o PGC (Primeiro Grupo Catarinense), maior facção criminosa do sistema prisional catarinense.

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Registros

Desde 26 de setembro, a Polícia Militar registrou 114 ocorrências em 32 cidades de Santa Catarina.

A intensidade dos ataques diminuiu desde 4 de outubro, com a chegada ao Estado da Força Nacional de Segurança e a transferência de 20 presos suspeitos de serem os mandantes dos ataques à penitenciária federal de Porto Velho (RO). Mas a corporação ainda registra casos.

Nesta quinta (23), às 2h, criminosos atiraram contra a casa de um policial em Palhoça, na Grande Florianópolis. Os tiros atingiram a fachada da residência e o carro dele. Ninguém ficou ferido.

Na terça-feira (21), após quase uma semana sem registros de ataques, bandidos incendiaram um carro em Penha, no litoral norte, e queimaram um ônibus e um carro em Florianópolis.

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A tenente-coronel Claudete Lehmkuhl, porta-voz da Polícia Militar, disse que "estão dentro do previsto" as ocorrências registradas desde as intervenções de 4 de outubro.

"Sabemos que os ataques não param de um dia para o outro. Estamos em alerta e atentos à situação", disse a policial.

Até esta quinta, a PM havia prendido 74 adultos e apreendido 23 adolescentes por causa dos atentados. O relatório da corporação indicava ainda ataques a 43 ônibus, 28 casas de agentes da segurança e 24 carros de moradores.