A Polícia Civil de Cascavel instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do crime de lesão corporal de natureza grave como foi classificado o ataque sofrido pelo menino de 11 anos por um dos animais do zoológico da cidade. O garoto teve o braço amputado após tentar se aproximar de um tigre que vive há três anos no local. O caso foi nesta quarta-feira (30).
De acordo com Denis Merino, delegado responsável pelo caso, inicialmente, tanto o pai do menino, que estava com ele na hora do acidente, como a equipe de segurança do zoológico serão investigados como possíveis responsáveis pela fatalidade. "O pai tem responsabilidade legal pela guarda da criança. Ele, obrigatoriamente, deveria estar cuidando do menino naquela hora. Ainda que o pai não quisesse que tal fato acontecesse, isso não quer dizer que ele não possa vir a ter responsabilidade criminal", declarou Merino.
Conforme o delegado, no primeiro depoimento prestado à polícia, o pai contou que no momento em que o garoto se aproximou do tigre ele estava tomando conta do filho mais novo, de três anos. Por isso não teria prestado atenção no que o filho mais velho estava fazendo. Tanto o pai como o menino atacado são de São Paulo. Eles estavam passando as férias em Cascavel. Os dois estavam com volta marcada ao estado vizinho para esta quinta-feira (30). A mãe do garoto, que também mora em São Paulo, foi comunicada e estava a caminho do Paraná.
Merino falou também que a polícia pretende fazer novo interrogatório com o pai do garoto. "Mas ainda não sabemos quando porque ele está tão abalado que não tem condições de conversar", afirmou. O delegado desmentiu que o pai teria autorizado a criança a pular a grade de segurança para se aproximar do tigre.
Merino relatou ainda que nesta quinta uma equipe de investigação esteve no zoológico para fazer um levantamento dos guardas que estavam no zoológico na hora do ataque e quais deles eram responsáveis por aquela área no momento. "Vamos ter de saber onde eles estavam, ou porque eles não estavam ali, e se estavam porque não impediram que o menino se aproximasse", argumentou.
Donos de filmagens serão ouvidos como testemunhas
A polícia tenta também identificar os donos de vídeos que mostram desde o momento em que o garoto chega próximo ao tigre até a hora do ataque. Eles devem ser chamados para prestarem depoimento como testemunhas do fato. Apesar de não impedirem o ataque, nenhum deles responderá criminalmente por omissão.
"Achei muito errado as pessoas que estavam ali ligarem os celulares para filmar a criança. Até parece que estavam mesmo esperando o tigre comer a mão da criança. Mas, mesmo assim, quem tinha a responsabilidade legal de cuidado e cautela era o pai e, eventualmente, os guardas por não impedirem o acesso", disse o delegado.