O capitão Adriano Giovaninni, do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar (PM), afirmou na noite desta terça-feira (14) que descarta a invasão do apartamento onde um rapaz de 22 anos mantém duas adolescentes reféns, no Jardim Santo André, no ABC, "apesar de ele (o seqüestrador) estar sendo muito agressivo". As garotas são mantidas no local desde por volta das 13h30 de segunda-feira (14).

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Durante a tarde, por volta das 16h, a energia elétrica foi cortada. Ele admitiu que pode alterar a estratégia de evitar a invasão se houver indícios de que as adolescentes corram risco. "A postura é resolver de forma pacífica. A negociação é o primeiro ponto", disse Giovaninni. O capitão afirmou que toda os contatos estão sendo feitos por telefone e que a ligação mais recente ocorreu por volta das 18h50.

Depois disso, o capitão contou que foram feitas várias ligações que não foram atendidas. Giovaninni disse que o rapaz chegou a cogitar liberar as duas reféns em algumas oportunidades e que, em outras, disse que não entregaria ninguém nesta terça. Além disso, ele confirmou que o rapaz agrediu a ex-namorada.

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Giovaninni afirmou que o rapaz estaria armado com um revólver calibre 38. "Não dá para saber se é uma arma legal ou ilegal. Mas, ele disse que está com um saco de munição", disse. Segundo Giovaninni, desde o início do seqüestro, o rapaz já efetuou quatro tiros. Dois foram disparados na segunda-feira, um deles em direção a policiais militares. Nesta terça, ele atirou outras duas vezes, possivelmente em direção aos jornalistas. "Mas não dá para saber realmente se ele atirou no chão ou pra algum outro lugar", ressaltou Giovaninni.

Comida

A polícia montou uma base para coordenar a operação em uma escola pública ao lado do prédio e as aulas foram suspensas. Segundo a polícia, apenas os moradores de um apartamento no mesmo andar foi esvaziado. De acordo com reportagem do SPTV, no início da tarde a polícia mandou comida para as reféns e o seqüestrador. Os pais das duas jovens e os adolescentes que chegaram a ser mantidos reféns foram ouvidos ao longo do dia em uma delegacia de Santo André.

Ciúmes

A promotora de eventos Suellen Dafne Padiar, de 18 anos, amiga das vítimas que acompanha de perto o drama das meninas em frente ao prédio, descreveu o jovem como uma pessoa "possessiva e ciumenta". Segundo ela, o motivo da briga, ocorrida há um mês e meio, foi ciúmes.

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"Ela [a refém] adicionou um amigo da escola no Orkut e ele ficou com ciúmes", contou. Suellen afirmou que o jovem quis terminar o relacionamento, como sempre fazia depois das discussões. "Ele sempre terminava, brigava por nada", disse.

Quebrou o modem

Com a voz tranqüila, apesar do susto pelo qual passou, o adolescente de 15 anos que também foi feito refém disse na tarde desta terça que o homem chegou nervoso ao apartamento. "Ele mandou todo mundo para o quarto e quebrou o modem da internet", disse.

O adolescente, um amigo e duas jovens, entre elas a ex-namorada do sequestrador, foram dominados. "Ele disse que ela ferrou com a vida dele, porque ele terminou, mas ela não quis voltar. Disse que ficou um mês atrás dela e que se não ficasse com ele, não iria ficar com mais ninguém", contou o jovem, que foi liberado ainda na noite de segunda.

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