A Polícia Civil divulgou, no fim da tarde deste domingo (27), o retrato falado de um suspeito de envolvimento na morte do lutador de jiu-jitsu Marco Jara, durante suposto assalto em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na véspera de Natal. A Polícia Civil não divulgou detalhes sobre as informações que ajudaram na confecção do retrato.
De acordo com o delegado José de Moraes, da 36ª DP (Santa Cruz), que investiga o caso, uma testemunha se apresentou no sábado (26) e prestou um depoimento preliminar. Seria um mecânico que foi rendido pelos suspeitos e obrigado a dirigir o Land Rover roubado.
Outra testemunha que está colaborando com a investigação é o motorista do Siena roubado antes da abordagem ao lutador brasileiro e o amigo americano. Ele se apresentou no dia ao crime na 35ª DP (Campo Grande) e foi encaminhado para a 36ª DP, onde viu fotos de suspeitos, mas não conseguiu identificar ninguém.
Além do lutador, o americano Brent Garret Massnam, amigo de Marco Jara e que também estava no carro, também foi baleado durante o crime. Ele continua internado no Hospital Copa D´or, na Zona Sul. Segundo a assessoria do hospital, seu quadro de saúde é estável e ele será transferido para a unidade semi-intensiva. Ainda não há previsão de alta.
Brent foi baleado na barriga. Ele estava internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do hospital. O americano passou por uma cirurgia para retirada de fragmentos de bala, no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na sexta-feira (25), antes de ser transferido.
Corpo do lutador é enterrado
O corpo de Marco Jara foi enterrado na tarde de sábado, no cemitério São João Batista, na Zona Sul. Parentes e amigos acompanharam o sepultamento. A mãe dele, Jane Albuquerque, estava muito abatida. "Meu filho, nunca vou te esquecer", disse, chorando, durante o sepultamento.
Cerca de 200 pessoas acompanharam o cortejo, entre elas, o ator Luciano Szafir, amigo do lutador de jiu-jítsu. Ele não quis falar com a imprensa. O tio de Marco, Jeferson Azevedo, que chegou dos Estados Unidos e foi direto para o enterro, não conseguiu conter a emoção. "Se eu pudesse, trocava de lugar com ele", desabafou.
Segundo Jane, Marco, que não era casado nem tinha filhos, morava há 20 anos nos Estados Unidos, onde era lutador e professor de artes marciais. Mas o filho costumava vir ao Rio a cada de três meses para vê-la e encontrar os amigos.
"Nossa família é muito grande, mas ele era o sobrinho mais querido, o primo mais querido. Meu filho era muito amado por todos. Ele não deixa filhos, mas costumava dizer que eu era como filha dele, que dava sempre trabalho porque gostava de gastar muito", lembrou a mãe.
O crime
Na quinta-feira (24), os dois seguiam para Paraty, no Sul Fluminense, para festejar o Natal, quando foram abordados por dois homens armados em um Siena, no momento em que eles foram buscar algo na traseira do Land Rover, onde estavam. Segundo a polícia, Bret Garret Massnam foi baleado e jogado para fora do carro, enquanto os suspeitos fugiram no Land Rover com Jara.
Policiais da 36ª DP (Santa Cruz) realizaram, no sábado (26), buscas na comunidade do Cesarão, na Zona Oeste do Rio, para tentar localizar os criminosos. PMs também realizaram uma operação, no mesmo dia, na Favela do Aço, na Zona Oeste. Mas ninguém foi preso.