O traficante mais procurado do Rio, Antônio José de Souza Ferreira, o Tota, teria sido assassinado na madrugada desta terça-feira (16), com dois irmãos e outros comparsas do Comando Vermelho (CV), por integrantes da mesma facção criminosa no morro da Fazendinha, no complexo do Alemão, zona norte do Rio As polícias Civil e Militar e o disque-denúncia receberam durante ao longo do dia diversos informes relatando a morte de Tota e de aliados dele - número que variava de cinco a 20 pessoas.

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À tarde, cerca de cem homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do 16º Batalhão de Polícia Militar fizeram buscas em favelas do complexo, mas não encontraram nenhum vestígio dos mortos. Apesar da notícia da morte de Tota, as escolas e o comércio funcionaram normalmente durante o dia. Com a chegada da PM, ouviu-se primeiro fogos e, posteriormente, cinco ou seis tiros. Neste momento, pais se apressaram em levar para casa as crianças que voltavam da escola. Ninguém ficou ferido.

O motivo do racha na quadrilha, que teria tido o aval dos chefes do CV presos em Campo Grande (MS), Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, também ainda não foi determinado pela polícia. Uma das hipóteses, que a reportagem ouviu hoje 916) na comunidade, daria conta de que Tota teria sido morto pelos traficantes Alexander de Jesus Carlos, o Choque, e Fabiano Atanásio da Silva, o FB, porque Tota teria matado uma das mulheres de FB por suspeitar que ela era 'X9 (dedo-duro, na linguagem do tráfico). Um homem identificado como Luciano Pezão também teria participado da matança, que ainda não tem causa confirmada pelas forças policiais.

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Homem forte do CV, Tota ficou conhecido da polícia em 2005 quando ainda ocupava um conjunto de favelas de Niterói (Região Metropolitana) e começou a articular com quadrilhas de favelas importantes na hierarquia do tráfico como Mangueira, Providência e Jacarezinho. O disque-denúncia oferecia, desde maio do ano passado, a mais alta recompensa para a prisão de um traficante: R$ 10 mil.

Em 27 de junho do ano passado, uma megaoperação com homens das polícias Civil, Militar e Força Nacional de Segurança no complexo do Alemão deixou 19 mortos. Um dos mandados de prisão que seria cumprido nesse dia era o de Tota. Apesar de a polícia fazer há mais de um ano operações para capturar o traficante, ele nunca foi preso.