Um agente carcerário foi preso suspeito de ter facilitado a fuga de presos da Delegacia de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, na manhã deste domingo (11). A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Polícia Civil, que informou que o agente teria recebido dinheiro de pessoas ligadas aos detentos. No entanto, o órgão disse que não há informações oficiais sobre a quantia que o suspeito teria recebido para ajudar na tentativa de fuga.
A prisão do agente ocorreu ainda no domingo (11), após o início da investigação que apontou o suposto envolvimento do agente com a ocorrência, que terminou com um agente de cadeia morto, um policial ferido e dois presos foragidos.
Fuga
A rebelião deste domingo começou na hora em que a comida dos presos era entregue. O agente Eliel Schimerski Santos morreu devido aos ferimentos. O investigador Diego Elieser Almeida e o agente Benedito Rodrigues dos Santos ficaram feridos, de acordo com o Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol).
Segundo o delegado titular da Delegacia de Colombo, Erineo Sebastião Portes, um terceiro detento que tentou fugir foi recapturado no pátio e precisou ser hospitalizado. Há ainda mais um preso no hospital, mas este não tinha nada a ver com a tentativa de fuga. Ele apenas estava na galeria quando tudo aconteceu e, por isso, ficou ferido.
Conforme Portes, dois presos fugiram, dois estão hospitalizados e outros 10 continuavam na Delegacia de Colombo até a manhã desta segunda-feira (12). Eles ficaram em um cubículo diferente daqueles no qual ocorreu o tumulto. A decisão foi tomada pelo delegado para que uma investigação interna seja feita a respeito de como ocorreu de fato a fuga.
Transferências
A rebelião fez o governador Beto Richa (PSDB) determinar a transferência dos presos custodiados das delegacias metropolitanas e da capital para o sistema penitenciário do estado. A medida, no entanto, apenas reforça o plano conjunto que já tinha sido anunciado três meses atrás entre as secretarias de Estado da Segurança Pública (Sesp), da Justiça (Seju) e da Vara de Execuções Penais (VEP). O pacto prometia transferir todos os detentos de distritos policiais, começando pela capital. As delegacias da região metropolitana, porém, têm registrado frequentemente casos de superlotação.
No dia 17 de abril, a Gazeta do Povo visitou as sete unidades que, pela promessa do governo estadual, não deveriam mais ter presos desde o dia 19 de fevereiro. As celas de duas delas, do 12.º DP, em Santa Felicidade, e do 9º, no Santa Quitéria, estavam vazias. As demais, juntas, tinham quase 200 presos alguns deles já condenados.
Em nota divulgada na tarde de domingo, o governo estadual informou que o processo estaria acontecendo de modo escalonado, mas foi adiantado por causa da fuga. "A determinação do governador é pela imediata retirada dos presos das delegacias, a começar por Colombo", diz o documento.