Polícia fez abordagens a suspeitos na operação para a implantação da primeira UPS de Cascavel| Foto: Cesar Machado/Agência de Notícias Gazeta do Povo

Cerca de cem policiais militares ocuparam na manhã desta sexta-feira (18) bairros da região norte de Cascavel para dar início a instalação da primeira Unidade Paraná Seguro (UPS) do interior do estado. Mais de 20 viaturas do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Fronteira percorrem os bairros Interlagos, Floresta e Brazmadeira, entre outros, para cumprir 24 mandados judiciais.

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De acordo com o tenente-coronel Nerino Mariano de Brito, que comanda as operações, neste primeiro momento será feita uma "assepsia" do bairro para retirar criminosos e posteriormente o policiamento será comunitário. A UPS em Cascavel contará com 30 policiais permanentes na região e oficialmente será inaugurada no dia 23.

A escolha da região norte da cidade não foi por acaso. De acordo com dados estatísticos da polícia, a taxa de homicídio no bairro Interlagos é de 173,7 para cada cem mil habitantes, seis vezes mais do que a média nacional que é de 27,1. No Paraná ocorrem 34,5 assassinatos a cada 100 mil habitantes segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

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No bairro Interlagos, que possui 12,6 mil habitantes, foram assassinadas 22 pessoas no ano passado. De acordo com o tenente-coronel Nerino, a escolha do local para instalação da UPS ocorreu em função do clamor público, dados estatísticos de violência e informações do serviço de inteligência da polícia sobre a criminalidade. "O estado tem que se fazer presente onde há demanda de segurança, se não se comportasse assim, o estado não estaria fazendo seu papel", afirma. Aprovação

Os moradores que saíam para o trabalho nas primeiras horas desta sexta-feira foram pegos de surpresa com a ocupação, mas aprovaram a ação policial. "Já tinham que ter feito isso antes para não acontecer como esses dias que um rapaz sacou uma arma e estava atirando aqui na praça", conta um morador que se identificou apenas como Fabrício. Segundo ele, a cena foi presenciada pela sua mulher que estava em um ponto de ônibus.

A auxiliar de lavanderia Maria Claudia Orloski conta que mora no bairro há 10 anos e que é comum ouvir disparos de arma de fogo durante a noite. "É muito homicídio, muito roubo, muita arruaça. Eu mesmo perdi um sobrinho assassinado há dois anos. Já estava mais do que na hora de ter um módulo aqui", diz.

Os policiais que ficarão no bairro irão conversar e cadastrar a população para fazer um levantamento das necessidades da região. Os dados serão usados para a implantação de políticas públicas para melhorar a qualidade de vida da população.

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