São Paulo - Quatro mulheres foram ouvidas ontem no inquérito que investiga nova denúncia contra o médico Roger Abdelmassih, dono da maior clínica de reprodução assistida do país, acusado de ter estuprado 56 pacientes. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, a primeira denúncia corre em segredo de Justiça e o depoimento das mulheres faz parte de nova denúncia. As depoentes foram ouvidas pela delegada Celi Paulino Carlota, da 1.ª Delegacia da Mulher.
Abdelmassih foi preso na segunda-feira, dia 17, sob a acusação de estuprar 56 mulheres. Os crimes teriam começado em 1970. O pedido de habeas corpus para o médico foi negado quarta-feira pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). No mesmo dia, o Conselho Federal de Medicina suspendeu o registro profissional do médico por tempo indeterminado.
O criminalista José Luís Oliveira Lima, advogado do médico, explicou os fundamentos do pedido de liberdade. Além de apontar desrespeito ao princípio da presunção de inocência, o advogado do médico assinala que seu cliente preenche todos os requisitos para responder ao processo em liberdade é primário, tem bons antecedentes, ocupação lícita e endereço fixo.
A defesa frisou ainda que ele compareceu a todos os chamados da polícia e que, durante os quase dez meses de investigação, não houve queixas quanto à conduta do médico.
Abdelmassih está preso no 40.º Distrito Policial, em Vila Santa Maria. De acordo com o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Ministério Público (MP) de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Núcleo São Paulo, denunciou o médico pelo crime de estupro, supostamente praticado contra 56 mulheres, a maioria ex-pacientes, baseando-se nas provas colhidas em inquérito policial instaurado no ano passado. O juiz Bruno Paes Stranforini, da 16.ª Vara Criminal da Capital, aceitou a denúncia do MP contra o médico e decretou a prisão.