A Polícia Militar abriu uma investigação para apurar se houve erros na invasão do apartamento de Eloá Cristina Pimentel na sexta-feira (17), em Santo André (ABC). A adolescente de 15 anos era feita refém pelo ex-namorado. O seqüestro entrava no quinto dia.
Por fora, o fio parece ser de telefone, mas é feito para explodir, pois é recheado com pó químico de alto poder destrutivo. É o mesmo material que os policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) colaram na porta do apartamento de Eloá, na madrugada de sexta-feira, o dia da invasão.
O dispositivo aciona uma espoleta e uma onda de choque detona o explosivo. É tudo muito rápido. No seqüestro de Santo André, o detonador foi disparado do apartamento vizinho ao de Eloá, onde estava escondida uma equipe de policiais. Mas depois da explosão, os PMs ainda forçam a porta para conseguir entrar. Eles demoram quase 15 segundos para invadir o apartamento e encontram as duas reféns feridas à bala.
Uma investigação militar foi aberta para responder, entre outras dúvidas, se a polícia não contava com uma mesa de jantar atrás da porta e se faltou explosivo para permitir uma invasão imediata. Essas questões cruciais que envolvem a operação policial em Santo André. O comando do Gate, Adriano Giovaninni, nega que tenha ocorrido falha na explosão e afirma que foi usada uma quantidade de explosivos prevendo a barricada de móveis do lado de dentro.
A carga foi calculada pra cortar a porta e arrastar um pouco os móveis também. E ela [a carga] tanto foi que fez isso a ponto de deixar um vão em que daria para passar pelo menos um policial, inicialmente.
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Segundo o especialista em explosivos Morgan Watkins, essa foi uma decisão muito complicada porque "não existe uma quantidade fixa, existe uma quantidade certa para cada situação".
Depois da explosão, e antes da entrada da polícia, é possível ouvir quatro disparos dentro do apartamento. Os três primeiros seriam da arma de Lindemberg Alves. O dono da arma disse que não conhece a família do seqüestrador. Quanto ao calibre do revólver, a polícia investiga se arma foi alterada ou se houve erro no registro de apreensão.
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