Seqüestrador do ABC é transferido para presídio onde está Alexandre Nardoni

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Lindemberg Alves, de 22 anos, foi transferido nesta segunda-feira (20) para a Penitenciária II de Tremembé, a 147 km de São Paulo, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Ele manteve durante mais de 100 horas a ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, refém em um apartamento em Santo André, no ABC.

Alves estava preso desde sábado (18) no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na Zona Oeste. Ele deixou o presídio às 17h45 desta segunda-feira (20) e chegou à cidade do interior às 20h10, ainda segundo a secretaria. Na mesma penitenciária está preso Alexandre Nardoni, acusado da morte da filha Isabella Nardoni em março deste ano.

A advogada Ana Lúcia Assad, que afirma ter sido contratada por um amigo da família de Lindemberg Alves contou nesta segunda-feira (20) que o jovem alega não ter premeditado os tiros em duas adolescentes que manteve refém em um apartamento de Santo André, no ABC. "Ele não entrou no mérito, mas disse que os disparos aconteceram depois da explosão. Ele disse que não premeditou nada", afirmou.

Ana Lúcia esteve na manhã desta segunda no CDP de Pinheiros. Ela afirmou que irá oficializar sua contratação como representante do jovem por meio de uma procuração que deve ser anexada ao inquérito policial em andamento no 6º Distrito Policial de Santo André.

Ainda segundo a advogada, ele negou que tenha feito um disparo antes da explosão que antecedeu a invasão do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). A Polícia Militar garante que houve um tiro antes da entrada dos policiais no local.

Confira os próximos passos da polícia na investigação sobre o seqüestro no ABC

Durante a conversa de cerca de 30 minutos que teve com Lindemberg nesta manhã, ela disse que "ora ele parecia anestesiado, ora chorava muito". Em entrevista à TV Globo, a advogada diz que ele se demonstra arrependido. "Demonstra [estar] muito abalado, arrependido, preocupado com a Eloá, porque a gente não deu a informação de que ela faleceu", afirmou a advogada Ana Lúcia Assad.

O jovem teria perguntado sobre o estado de saúde da ex-namorada Eloá Cristina Pimentel e da amiga dela Nayara Silva, ambas de 15 anos, que foram mantidas reféns. A advogada disse que achou melhor não contar sobre a morte de Eloá. "Por ele não estar se alimentando, a gente decidiu não dar a informação", afirmou.

Ela disse também que examinará o auto de prisão em flagrante para depois pedir que ele responda ao processo em liberdade. "Ele é primário, tem bons antecedentes, tem emprego", justificou. Ainda segundo a advogada, ele fez uma declaração em que diz temer por sua integridade física. "O maior temor dele justamente é a vida e a integridade física dele."