A Polícia Civil de São Paulo concluirá nesta quinta-feira (25) um dos dois inquéritos que apura o ataque de um grupo de jovens a pedestres em São Paulo, ocorrido no dia 14 deste mês, na Avenida Paulista.
No primeiro deles, o delegado assistente Renato Felisoni, do 5º Distrito Policial, na Aclimação, na região central, vai responsabilizar quatro menores de 18 anos e um maior de idade por tentativa de homicídio por dolo eventual, formação de quadrilha e lesão corporal contra quarto vítimas. Além de ser indiciado pelos três crimes, o estudante Jonathan Lauton Domingues, de 19 anos, terá a prisão preventiva pedida pelo delegado. Ele é suspeito de participar das agressões.
"Vou concluir o inquérito hoje e relatá-lo amanhã [sexta-feira, 26] ao fórum. Depois, ele será distribuído para a Justiça e para o Ministério Público, que irão se manifestar a respeito da conclusão do inquérito e do pedido de prisão do maior (...) Quando o grupo agrediu e atacou as vítimas, o grupo assumiu o risco de matar essas pessoas", afirmou Felisoni, na manhã desta quinta.
Jonathan é apontado por uma das vítimas como o responsável por segurá-la para que os outros garotos do grupo batessem gratuitamente nele na Avenida Paulista. A motivação para o crime teria sido homofobia. Apesar de o agredido ter dito que não é gay, ele teria sido confundido com homossexual. Imagens das agressões foram gravadas por câmeras de prédios e utilizadas pela polícia para identificar os suspeitos.
Até as 12h50 desta quinta, o G1 não havia conseguido localizar Jonathan ou seu advogado para comentarem o assunto.
Apreensão dos menores
Os quatro adolescentes, com idades entre 16 e 17 anos, já tiveram a internação na Fundação Casa decretada pela Justiça da Vara da Infância e Juventude no início desta semana. Apesar disso, os advogados de defesa dos menores entraram com um pedido de revogação nesta quarta-feira (24). Esse documento ainda precisa ser analisado pela Promotoria e o juiz do caso.
Segundo o advogado de um dos menores de 16 anos, acusado de bater numa das vítimas com lâmpadas fluorescentes, ele só irá se entregar à Justiça após o julgamento do pedido de revogação da internação. "Caso a decisão da Justiça seja negativa, vou entrar com um recurso contra a internação no Tribunal de Justiça", afirmou o advogado Antonio Salim Curiati Júnior, nesta quinta, por telefone ao G1.
"Ele deve responder em liberdade porque desde o primeiro momento, antes das imagens aparecerem na TV, ele assumiu o que fez e foi liberado pela Justiça. É primário, nunca teve antecedentes, mora com os pais e estuda. Ele vai se apresentar na audiência de apresentação no dia 9 de dezembro. Neste momento, ele está sem poder frequentar a escola. Segundo os pais, está deprimido, desesperado e arrependido".
O advogado disse que ainda não conversou com os pais do menino para saber o que teria motivo a briga.
Até as 12h30 desta quinta, a polícia não tinha informações se os quatro menores se apresentaram espontaneamente em alguma unidade da Fundação Casa. Segundo o delegado Renato Felisoni, os mandados de busca e apreensão contra os adolescentes ainda não haviam chegado. "Independentemente disso, os oficiais de Justiça podem fazer a apreensão dos menores. Se eles quiserem, basta nos chamar que daremos apoio", disse o delegado.
Caso os oficiais de Justiça não encontrem os menores nas suas residências, eles passarão a ser considerados foragidos.
Procurada, a assessorial de imprensa do TJ-SP informou que o processo está em segredo de Justiça por envolver menores de idade e não pode ser comentado.
Segundo inquérito
O segundo inquérito contra o mesmo grupo de cinco jovens trata de uma agressão e roubo a um lavador de carros na Avenida Brigadeiro Luís Antônio. A vítima alega que teve a carteira e camisa roubadas pelo grupo em 14 de novembro.
O G1 não conseguiu localizer os demais advogados dos suspeitos para comentarem o assunto.
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