Servidores da Polícia Científica fazem ato no Centro de Curitiba

Aproximadamente 40 servidores da Polícia Científica do Paraná fizeram uma manifestação em frente ao Instituto de Criminalística de Curitiba na manhã de desta quinta-feira. A categoria fez "apitaço" e "buzinaço" durante uma hora, na esquina da Avenida Visconde de Guarapuava com a Rua Lourenço Pinto, para reivindicar aumento salarial e melhorias nas condições de progressão da carreira.

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Os policiais civis do Paraná iniciaram uma operação padrão à zero desta quinta-feira (16). A categoria deixou de fazer funções que não são atribuições dos policiais e afirma que cumprirá apenas o que é determinado pela lei. Os policiais civis do estado rejeitaram a proposta de aumento salarial de 20% feita pelo governador Beto Richa (PSDB).

Eles aprovaram indicativo de greve e a paralisação de todas as atividades da Polícia Civil deve começar em 48 horas, ou seja, a partir do sábado de carnaval (18). Somente 30% dos 4 mil policiais do estado (1,2 mil) devem seguir trabalhando, conforme determina a lei, de acordo com o presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis (Sinclapol) , André Gutierrez.

O presidente do sindicato disse que os policiais civis não estão fazendo a escolta de presos e - durante as visitas - deixaram de atender familiares de detentos que estão nas delegacias. "Policiais têm de revistar pessoas como se um distrito policial fosse um presídio. Isso não será feito e a consequência será a suspensão das visitas", afirmou Gutierrez.

Em alguns distritos, segundo Gutierrez, a categoria é responsável também por preparar a alimentação dos detentos. "Policial civil não pode servir como cozinheiro para preso. O governo [do Paraná] terá de dar um jeito nessa situação", salientou.

Outra medida adotada foi que presos em regime semiaberto não serão aceitos nas delegacias. O sindicato pede que o Judiciário tome providências sobre a questão.

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Um ofício será entregue à Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) nesta manhã para comunicar sobre as medidas adotadas pela categoria durante a operação padrão. De acordo com o Sinclapol, a comunicação oficial será entregue também no Palácio Iguaçu, sede do Executivo estadual.

A Sesp informou que não havia recebido nenhum ofício até as 10 horas. A assessoria de imprensa da Polícia Civil também afirmou que não tinha recebido nenhum documento até as 10 horas. Proposta

No início da tarde de quarta, o Governo do Paraná apresentou a proposta de reajuste de 26% (20% mais reposição da inflação) para policiais civis de 4ª e 5ª classes. Os oficiais de 1ª, 2ª e 3ª classe receberiam apenas a reposição da inflação. Essa opção foi rejeitada. Os policiais civis querem que o subsídio seja implantado com a incorporação de benefícios. Para isso, o salário inicial pretendido pela categoria é de, no mínimo, R$ 5.750,00. Atualmente, este valor é de R$ 2.700,00.

Repercussão no governo

O secretário estadual de Administração, Luiz Eduardo Sebastiani, justificou à reportagem que o governo não suporta, em uma tacada só, pagar a defasagem salarial dos policiais acumulada há vários anos. Outra alegação é de que todos os profissionais da área de segurança pública receberam, em maio do ano passado, a reposição inflacionária de 6,5%.

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Com base na afirmação de que os cargos mais altos da Polícia Militar receberam aumento salarial desproporcional aos postos mais baixos em 2010, a gestão estadual enfatiza que, nas negociações, está priorizando a recuperação salarial na base das corporações. Sebastiani declara que o governo estadual está dentro da faixa de limite máximo de gastos com pessoal.

A assessoria de imprensa do governo estadual informou que nem o governador e nem o secretário de Segurança Pública, Reinaldo Almeida César, comentariam na noite desta quarta-feira o início da operação padrão e o indicativo de greve na Polícia Civil. A assessoria de imprensa do chefe da polícia civil, delegado Marcus Vinicius Michelotto, também informou que ele não falaria sobre a situação.

Durante a tarde, antes da decisão dos policiais, Richa disse que a proposta de aumento real de 23% para algumas categorias era o máximo que o governo estadual poderia oferecer. "Fomos no limite do que era possível para atender da melhor maneira os anseios dos nossos policiais. Não sei de outra categoria profissional que tenha conquistado aumento semelhante no país", afirmou o governador.

PM refuta aumento de 23,5% e faz protestos

Associações que compõem o Fórum das Entidades da Polícia Militar (PM), que mantêm negociação com o governo do estado, também recusaram na quarta a proposta de reajuste salarial oferecida pelo governo. À tarde, cerca de 70 policiais fizeram uma carreata até o Palácio Iguaçu, onde encerraram a manifestação acendendo velas em frente do prédio. Mais contidos, no entanto, os PMs evitam falar em greve.

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"O desgaste de uma greve é muito grande para a sociedade. O que queremos é mostrar que não aceitamos a proposta e que o governo faça uma nova [proposta]. Estamos mobilizados", justificou o cabo Carlos Lima, da Associação da Classe Policial Militar. De acordo com o subtenente Alcino Fogaça, os policiais querem mostrar à população a importância da implantação do subsídio. "O objetivo vai ser a conscientização da sociedade. Não temos a intenção de greve na PM", afirma.