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Uma equipe de 120 policiais militares cumpriu nesta sexta-feira duas ordens de reintegração de posse - nas fazendas São Francisco, no Botuquara, em Ponta Grossa (região dos Campos Gerais) e São Roque Gonzáles, em Guapirama (no Norte Pioneiro). As desocupações ocorreram pacificamente.

A Fazenda São Francisco pertence ao ex-tenente coronel da PM Waldir Copetti Neves. Três meses antes da fazenda ser invadida por membros do Movimento Sem-Terra (MST), em 2005, Neves foi preso acusado de formar milícias para evitar invasões de propriedades rurais na região.

As 80 famílias foram retiradas pacificamente da fazenda. De acordo com a reportagem da Gazeta do Povo que esteve no local, os integrantes dos MST sabiam da reintegração desde quinta-feira (3) por meio de uma fonte de Curitiba que não foi identificada. Do total, 60 famílias estavam na fazenda e as outras 20 em uma área ao lado. As famílias foram encaminhadas para o acampamento Emiliano Zapata (próximo cerca de um quilômetro), que é uma área da Embrapa.

Pedido de reintegração

No dia 17 de abril deste ano, o juiz da 3.ª Vara Cível de Ponta Grossa, Francisco Carlos Jorge, pediu que fosse expedida a ordem de prisão do comandante da Polícia Militar do Paraná, coronel Nemésio Xavier de França Filho, e do responsável pelo Batalhão da PM de Ponta Grossa, major Francisco Ferreira de Andrade Filho, por crime de desobediência. Segundo Jorge, os dois comandantes deixaram de cumprir reiteradas vezes a reintegração de posse da Fazenda São Francisco, concedida em 2005.

Os policiais, porém, não foram presos. Na época, o próprio juiz reconheceu que as prisões não aconteceriam. Em uma entrevista para o jornal Gazeta do Povo, ele justificou que "o delegado de polícia que teria de cumprir a decisão também é membro da equipe do estado". O despacho judicial previa multa de R$ 10 mil por dia que a fazenda permanecesse invadida. Ainda não há informações por parte da Secretaria de Estado de Segurança Pública sobre a realização da cobrança.

Fazenda São Roque Gonzales

A propriedade rural estava invadida desde setembro do ano passado por cerca de 200 famílias ligadas ao Movimento dos Agricultores Sem Terra (Mast). Apesar de todo o aparato usado – cerca de 200 homens e 40 viaturas policiais - , a desocupação teve momentos de tensão, porque as famílias não queriam deixar a área antes de colher os mais de 200 hectares ocupados com milho e feijão. A negociação para desocupar a área somente foi definida no final da manhã.

As famílias retiradas da área devem ficar acampadas nas margens da rodovia BR-153, a menos de 10 metros da porteira da fazenda.

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