A Polícia Civil abriu uma investigação para apurar a conduta de dois policiais militares durante uma ocorrência que seria uma abordagem de rotina a um rapaz que dirigia uma moto suspeita, mas terminou com o jovem baleado nas costas. O PM diz que atirou porque o suspeito sacou uma arma. Já o rapaz diz que foi baleado no domingo (25) depois de, a pedido do policial, parar a moto que dirigia.

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Segundo informações da polícia, por volta das 11h30 de domingo, os PMs Carlos Benjamin Gaia e Cristiane Rodrigues de Araújo Lima faziam patrulhamento pela Rua Graciosa, no Jardim Helena, em São Paulo, quando viram dois rapazes em duas motos em atitude suspeita e resolveram abordá-los.

Os policiais militares contaram que os jovens fugiram em direções diferentes. Quando se aproximaram da moto ocupada por Igor de Souza Oliveira, de 19 anos, o jovem bateu a lateral esquerda de seu veículo na parte frontal da viatura. Em seguida, o rapaz teria sacado uma arma, apontando em direção aos policiais. Então, o cabo Gaia atirou primeiro e acertou o rapaz, que fugiu. Toda a região foi cercada pela PM.

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Oliveira foi encontrado pelos policiais baleado no Hospital Tide-Setúbal, acompanhado pela família. Segundo os PMs, ele indicou o local onde estava a moto, que foi apreendida.

Na 50.º Distrito Policial (Itaim Paulista), o delegado Mateus Cintra Andrade decidiu interrogar o rapaz no hospital. Oliveira afirmou que estava de moto conversando com um amigo, que dirigia outra moto, quando os PMs se aproximaram para abordá-lo. Durante a manobra para estacionar, a viatura bateu na traseira da moto e, mesmo assim, Oliveira diz que conseguiu pôr os pés no chão. Em seguida, ouviu um tiro e percebeu que havia sido baleado.

O rapaz contou que só então fugiu até a casa do cunhado, que mora a três quarteirões do local e o levou para o hospital. Ontem, equipes da polícia estiveram no bairro para ouvir testemunhas e procurar imagens de câmeras de segurança. O caso vai ser investigado pelo 59.ºDP (Jardim dos Ipês). Oliveira ainda está internado, mas não corre risco de morrer.

Em 11 de outubro, o vigilante Alex de Morais, de 39 anos, foi morto com um tiro na nuca. Ele voltava para casa dele, na região Sapopemba, na zona leste, quando dois suspeitos em uma moto, que eram perseguidos por policiais militares, passaram por ele.

Imagens de câmeras de segurança de uma casa mostram que ele cai no chão logo depois. Em seguida, chegam os dois policiais militares que perseguiam os suspeitos. Eles pararam porque a viatura quebrou.

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Segundo as investigações, os policiais militares registraram o caso como atropelamento e induziram a erro bombeiros e médicos que atenderam Morais. A farsa só foi descoberta quando um médico-legista encontrou parte de um projétil na nuca do vigia.

A Corregedoria da PM pediu a prisão dos dois policiais à Justiça Militar, que a decretou. Na casa de um deles, foi apreendida uma pistola calibre 380, que é compatível com o projétil encontrado no corpo do vigia.

O caso também é investigado pela Polícia Civil. Segundo o delegado Luiz Marturano, os PMs - além do homicídio doloso - serão indiciados por fraude processual e falsa comunicação de crime.