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A secretaria de Estado de Segurança do Rio considerou "um ato isolado" o episódio em que um adolescente de 17 anos se desvencilhou das algemas de plástico descartáveis, roubou a arma do policial que o conduzia e o matou, sendo morto pelo PM que ainda conseguiu revidar o tiro. De acordo com o órgão, a Secretaria não fez compras do equipamento nesta gestão - as algemas foram adquiridas diretamente pelas Polícias Civil e Militar -, mas não há intenção de suspender seu uso. "A avaliação cabe às polícias", informou.

Em lojas especializadas, as algemas descartáveis custam R$ 7 a embalagem com dez. As tradicionais, de metal, são vendidas por cerca de R$ 130. As polícias não revelaram quantas descartáveis foram adquiridas. Na Polícia Militar, alguns batalhões e o Bope têm o equipamento.

A Polícia Civil já usou o modelo na transferência do deputado Natalino Guimarães, preso sob a acusação de participar da milícia Liga da Justiça, para o presídio de Bangu 8. Na ocasião, o delegado Marcus Neves defendeu o "fitilho". Ele explicou que a algema é segura e quando a pessoa tenta se soltar, acaba apertando ainda mais os pulsos do preso.

Nesta sexta-feira (8), policiais civis e militares evitaram comentar o uso do modelo descartável. Em nota, a PM informou que o equipamento é confiável e só vai se pronunciar sobre o uso das presilhas plásticas depois que ficar pronto o laudo da perícia que vai analisar as algemas usadas pelo adolescente Jéferson Rocha da Silva.

O advogado criminalista Cláudio Costa, conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), criticou o uso da algema descartável. "Ele (Jéferson) foi mal algemado. Aquilo ali parece um gatilho, uma coisa usada para quebrar um galho. Aquele era um dos momentos em que se recomenda o uso da algema: havia risco de fuga. Mas se usou de maneira errada", afirmou.

Nesta sexta (8), o corpo do policial militar Rodrigo Caetano da Silva, morto por Jéferson, foi enterrado com honras militares no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. O comandante-geral da PM, coronel Gilson Pitta, acompanhou o sepultamento, mas não deu entrevistas.

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