A Polícia Federal vai reforçar a segurança da ministra Ellen Gracie, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que seria um dos alvos dos traficantes Juan Carlos Ramirez-Abadía e Fernandinho Beira-Mar. Apesar de ter sido vítima de um assalto no Rio de Janeiro e de pelo menos duas ameaças sérias de grupos criminosos desde o fim de 2006 para cá, Ellen resiste em reforçar sua segurança. O plano de Abadía e de Beira-Mar foi desmantelado esta semana pela operação X da Polícia Federal.
Procurada, a ministra não quis se manifestar sobre o caso e sua assessoria explicou que, por razões óbvias, não faria comentários sobre o esquema de segurança dela. Em Mato Grosso do Sul, o Ministério Público divulgou nota segundo a qual não foi confirmada versão de que os dois traficantes pretendiam seqüestrar a ministra ou seus familiares.
Como presidente do STF até o primeiro semestre deste ano, Ellen rejeitou todos os recursos que beneficiavam os traficantes Beira-Mar e Abadía, além de outros bandidos de peso que com eles convivem na penitenciária federal de Campo Grande. Abadía está com pedido de extradição aprovado pelo STF e só aguarda a assinatura do ato pelo presidente Lula para ser mandado para os Estados Unidos.
A PF esclareceu hoje (8) que a hipótese de envolvimento de agentes penitenciários com o esquema criminoso montado pelos dois traficantes, embora tenha sido uma das primeiras investigadas, como é praxe nesses casos, está praticamente descartada e que até agora houve colaboração total dos servidores com as investigações. Mas as investigações prosseguem e alguns familiares e pessoas ligadas aos bandidos podem ainda ser presos nos próximos dias.
Os dois traficantes se uniram a dois grandes assaltantes de bancos, também detidos no presídio federal de Campo Grande, e montaram uma estratégia criminosa para obter benefícios financeiros e penais. O objetivo do plano era chantagear as autoridades para obter dinheiro e forçar a liberdade de integrantes de suas quadrilhas que estão presos.
A serviço de Beira-Mar e Abadía, seqüestradores recrutados com a ajuda de advogados e familiares de presos fariam pelo menos cinco reféns de projeção. Outros alvos cogitados pelo bando seriam familiares do presidente Lula e do ministro da Justiça, Tarso Genro.
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