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Tragédia na serra

População ainda está sem serviços básicos

Destruição em Petrópolis: moradores reclamaram diretamente ao prefeito | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Destruição em Petrópolis: moradores reclamaram diretamente ao prefeito (Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo)

Rio de Janeiro - Quase duas semanas depois da tragédia provocada pelas chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, moradores das áreas atingidas ainda sofrem com a falta de serviços básicos como água, energia elétrica e telefone. Várias reclamações foram feitas ontem diretamente ao prefeito de Teresópolis, Jorge Mário Sedlacek, em uma reunião na sede da prefeitura.

O encontro tinha intenção de apresentar, a lideranças comunitárias, as providências que o município adotou para socorrer as vítimas e o que fará para reconstruir a cidade. Acabou se tornando uma arena de lamentações. Vários disseram estar sem luz, água e telefon’e e houve até quem questionasse o laudo de risco de sua residência.

"Estão tratando a gente como moleque, tirando a gente das nossas casas. Eu sei quanto custou cada tijolo de lá. Se for realmente confirmado que é arriscado ficar lá, eu saio", reclamou um morador bairro Caleme, que se identificou apenas como Gilberto.

A Marinha informou ontem que o hospital de campanha instalado há 11 dias em Friburgo será desmontado. Oficialmente, houve 2.205 atendimentos. A aeronave militar colocada à disposição para resgate de vítimas e transporte de suprimentos foi desmobilizada. Os bombeiros, no entanto, informaram que os trabalhos de busca continuam. O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio deverá apresentar hoje um relatório preliminar sobre os efeitos e "possíveis causas" da tragédia. Até o momento, 511 pessoas continuam desaparecidas na região serrana.

Carnaval cancelado

As escolas de samba e blocos que animam o carnaval nas três cidades mais afetadas pelas chuvas (Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo) não vão desfilar. "A gente não vive só de fantasias. Não tem clima nenhum para fazer carnaval’’, disse Demerval Casemiro, presidente da Liga das Escolas de Samba de Teresópolis.

A perda de instrumentos e fantasias e a morte de ritmistas, passistas e diretores das 11 agremiações e de 12 crianças da escola de samba mirim levaram a liga a abrir mão do repasse municipal de R$ 1 milhão para a festa.

A prefeitura de Nova Friburgo também decidiu não realizar a festa. Os R$ 700 mil destinados ao evento serão investidos na reconstrução da cidade. As agremiações que não foram atingidas poderão pedir ajuda à prefeitura para empréstimo de palco.

Já em Petrópolis o carnaval não terá a mesma proporção dos outros anos, apesar de o centro histórico da cidade, que concentra os desfiles das 20 escolas e blocos, não ter sido atingido. Em vez do desfile pela Rua do Imperador, haverá pequenos eventos em praças. A prefeitura vetou o repasse de R$ 500 mil para as agremiações.

IPTU

O advogado Alessandro Elísio Chalita de Souza obteve liminar para não pagar o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) à prefeitura de Teresópolis. A decisão do juiz da 3ª Vara Cível da cidade, Maurício Olmo, abre brecha para os demais moradores conseguirem a isenção. Promotores e integrantes de associações de moradores estudam entrar com uma ação coletiva. O juiz determinou o pagamento do IPTU em juízo até que o mérito seja definido. O advogado alega que teve a casa "devastada’’. Segundo ele, o carnê cheegou cinco dias após a tragédia, com 36% de aumento em relação a 2010. O valor saltou de cerca de R$ 5 mil para R$ 8.250,42. O advogado teve parte da casa destruída na madrugada do dia 12.

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