Moradores da Vila Chico Mendes, bairro popular de Almirante Tamandaré, estavam chocados neste domimgo com a chacina que matou, na madrugada do sábado, um jovem e uma menina de um ano e nove meses, além de ter deixado duas mulheres feridas. Todas as vítimas dormiam na casa, que foi invadida por três criminosos encapuzados. Na vizinhança, além da indignação, imperou a lei do silêncio. Pessoas que moram nos arredores de onde o crime foi cometido dizem que não viram ou escutaram nada, embora pelo menos 20 tiros tenham sido disparados pelos bandidos.
A motivação dos assassinatos do lavador de carros Anderson de Andrade Alves, 18 anos, e da menina Gabrieli Stephani Alves, filha da namorada de Anderson, continua um mistério, inclusive para a polícia. As investigações foram interrompidas por causa do recesso de domingo. Somente um plantonista estava na Delegacia de Almirante Tamandaré impossibilitado de investigar o caso, pois, segundo ele, era preciso cuidar dos presos.
De acordo com reportagem de Fernando Martins da Gazeta do Povo desta segunda-feira, a casa onde ocorreu a chacina ficou fechada praticamente o dia inteiro. Vizinhos contaram que familiares dos moradores passaram no local pela manhã, mas logo foram embora. "Eles não incomodavam ninguém. Era uma família de paz", afirmou uma moradora, que pediu para não ser identificada. Segundo ela, a família de Anderson de Andrade morava no local há menos de um ano. Outra vizinha disse que a família gostava de fazer festas, mas não se envolvia em brigas. "Ele [Anderson] era trabalhador", disse outro vizinho, na opinião generalizada entre moradores do bairro.
Pelos antecedentes da família e pela brutalidade do crime, a vizinhança estava chocada. "Como é que fazem uma coisa dessas com uma criança inocente?", questionou uma moradora. O receio em falar sobre o assunto era grande. Nas redondezas, a maioria diz não ter notado nada de anormal na madrugada trágica. Alguns moradores inclusive se esconderam da equipe de reportagem.
Mesmo quem não mora tão perto do local da chacina não gosta de dar o nome para uma entrevista. Concordam apenas em falar se for mantido seu anonimato. E dizem que a Vila Chico Mendes tem problemas de violência. "De vez em quando acontecem [assassinatos]", disse uma mulher. "Outro dia teve um piazão que foi morto na mesma rua [da chacina]." Outro morador reclama da falta de policiamento: "A polícia só chega aqui depois, para levar o corpo".
As outras duas vítimas do crime Suellen Lopes, 17 anos, mão da menina Gabrieli e namorada de Anderson, e Dircelene de Andrade, 41 anos, mãe de Anderson continuavam internadas ontem no Hospital Evangélico, em Curitiba. As duas não correm mais risco de morte, segundo atendentes do hospital. A reportagem, porém, não conseguiu ouvir médicos ou enfermeiros que pudessem informar com mais precisão o quadro de saúde das duas.
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