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Por falta de pagamento, mais viaturas da PM ficam sem combustível

Parte das viaturas da Polícia Militar (PM) de Curitiba e da região metropolitana pode parar de rodar quando acabar o combustível do tanque. Isso se os próprios policiais não colocarem dinheiro do bolso para encher o tanque em postos de gasolina privados ou rodarem bastante até encontrarem algum batalhão que ainda tenha álcool ou gasolina. Nesta sexta-feira (6), outros três postos da PM informaram que o abastecimento de combustível das bombas internas está suspenso por tempo indeterminado. A informação é de avisos distribuídos aos policiais.

Na quinta-feira (5), o 17º Batalhão da PM, que atende a região metropolitana, avisou os policiais que o abastecimento estava suspenso. Hoje, o mesmo comunicado foi emitido pelo Batalhão da Polícia Militar Ambiental, pelo 22º Batalhão e pela Academia do Guatupê – este último foi apontado pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp) como o local onde as viaturas da RMC poderiam abastecer para não interromper o atendimento.

O 20º Batalhão também enfrenta problemas, segundo relata um soldado, que pediu para não se identificar. De acordo com ele, as viaturas estão saindo somente para emergências. As rondas foram suspensas por falta de combustível. Quase metade dos veículos estão na oficina e não voltam por falta de pagamento. Apenas 18 veículos estão em operação, segundo ele, que não soube precisar o número total de viaturas no batalhão. Resposta

A Sesp, por meio de sua assessoria de imprensa, diz que a falta de abastecimento em alguns batalhões não afeta os serviços da PM. De acordo com a secretaria, as viaturas estão abastecendo em outros batalhões, que ainda têm combustível. E que a falta de pagamento é de responsabilidade da Secretaria da Fazenda.

A Fazenda, também por sua assessoria, disse que o governo está negociando as dívidas com fornecedores para regularizar o fornecimento. A informação é de que os pagamentos têm sido feitos com regularidade, de acordo com cronograma estabelecido com os fornecedores de combustível. Isso ocorre, porém, dentro do fluxo financeiro do estado, o que significa, em outras palavras, que os pagamentos são feitos quando entra dinheiro em caixa.

Problema antigo

O problema já havia acontecido há um mês. Carros da PM e do Corpo de Bombeiros tiveram problemas para abastecer por falta de pagamento à empresa fornecedora de combustível. Alguns dos pontos de reposição de combustível em Curitiba e região metropolitana estiveram desativados, o que obrigou veículos a fazer deslocamentos maiores, distantes das regiões em que prestam atendimento, para abastecer.

A falta de pagamentos também já afetou outros pontos do serviço policial. Em novembro, um atraso no pagamento da conta telefônica deixou a PM e a Sesp sem poder fazer ligações telefônicas. Cadetes iniciantes do curso da PM no Guatupê também ficaram pelo menos cinco meses sem receber salário. A alimentação de 18 mil detentos no Paraná também está comprometida, já que algumas empresas que fornecem a comida estariam sem receber desde agosto e outras desde setembro.

Com as contas apertadas, este ano o governo já anunciou uma série de medidas de contenção de gastos, como o corte de comissionados, a extinção de secretarias e outros contingenciamentos no orçamento.

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