Daniele de Oliveira Vinicius passa as tardes rabiscando um papel enquanto cuida dos irmãos menores. A menina gosta de imaginar que está escrevendo, mesmo sem saber ler. Aos 15 anos ela e a família representam os enormes desafios que o Paraná e o Brasil ainda terão de enfrentar nos próximos anos para garantir um crescimento sustentável e combater a desigualdade social.
Daniele está grávida de quase 9 meses e o filho deve nascer nas primeiras semanas deste mês. Apesar disso, a jovem só conseguiu fazer a primeira ecografia, descobrir o sexo do bebê e as semanas de gestação com 8 meses de gravidez. A distância de poucos quilômetros do centro de Curitiba não impediu que a família sofresse com a miséria. As regiões longínquas do Nordeste brasileiro e a Vila Torres não parecem ser tão distantes para Daniele.
Na família Vinicius, apenas a irmã mais velha, Dayane, 16 anos, sabe ler. A mãe, Ângela, tem ainda as filhas Débora, 12 anos; Maria, 11; Denise, 9; Letícia, 4; e Rafael, com cinco meses. Eles vivem com menos de um salário mínimo por mês, incluindo os R$ 120 mensais que Dayane ganha trabalhando na separação de material reciclável. Na pequena casa de duas peças falta tudo, menos o pinheirinho de Natal que Ângela fez questão de montar para deixar o lar mais acolhedor. Os oito sofrem com a falta de acesso a saúde e educação, não recebem o Bolsa-Família e vivem em uma região da cidade esquecida pelo poder público.
A reportagem da Gazeta do Povo conversou com especialistas na área da saúde, educação, urbanismo e infraestrutura e combate à pobreza para diagnosticar em quais setores o Paraná se destaca no cenário nacional e em quais precisa de uma melhora substancial. São ações para garantir uma vida digna, como preconiza a Constituição Federal, a milhões de brasileiros e brasileiras como a família Vinicius.
Interatividade:
Em quais áreas o Paraná e o Brasil terão os maiores desafios nos próximos anos?
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