Curitiba – Nove deputados federais paranaenses estão ou estiveram sob investigação do Ministério Público (MP), segundo levantamento divulgado pela Revista Veja no fim de semana. Proporcionalmente ao tamanho da bancada, o Paraná é o terceiro estado em número de parlamentares investigados pelo MP. Os estados de Tocantins e Mato Grosso lideram o ranking, cada um com 11 parlamentares (8 deputados e 3 senadores), sendo que 4 respondem a inquérito. Em números absolutos, a bancada de São Paulo é a mais investigada: 16 parlamentares do estado estão na lista elaborada por Veja.

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"É um dado que surpreende já que vai contra aquele imaginário popular de que são os estados do Nordeste, são os políticos do Nordeste que atrasam o país e sugam a riqueza do Sul e Sudeste", opina o cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Renato Perissinotto.

Explicações

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A reportagem da Gazeta do Povo procurou os nove parlamentares investigados pelo Ministério Público. Somente o deputado José Janene (PP) não se manifestou sobre o caso. A assessoria de imprensa do deputado em Brasília informou que ele não falaria sobre o assunto.

Entre os demais parlamentares, o que mais se mostrou surpreso com a acusação de peculato foi o ex-prefeito de União da Vitória, Airton Roveda. Segundo o advogado do deputado, Martins Ribas, Roveda desconhece a acusação. "Se há alguma coisa, não fomos notificados ainda", explica Ribas, que admite, no entanto, que as contas de Roveda na prefeitura foram rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Paraná. "Mas a Câmara acabou aprovando tudo."

Três deputados – Abelardo Lupion, André Zacharow e Ricardo Barros – afirmam que os processos ou já foram arquivados ou sequer foram aceitos pelo Judiciário.

"O processo refere-se a supostas irregularidades na contratação de mão-de-obra pela prefeitura de Curitiba. Como eu era, na época, presidente da Companhia de Desenvolvimento da cidade, acabei sendo citado. Mas em 11 de maio desse ano, o ministro Carlos Veloso considerou o processo improcedente", diz Zacharow.

Outros quatro parlamentares – Alex Canziani, Chico da Princesa, Dilceu Sperafico e Giacobo afirmam esperar "com tranqüilidade" a decisão da Justiça.

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"Não houve seqüestro. O sujeito quis me vender um terreno irregular e depois inventou uma história para se passar de vítima. Tanto é que foi condenado pela Justiça e nenhuma testemunha apareceu para defendê-lo", ressalta Giacobo, que é acusado de ter mantido um empresário preso em sua propriedade.

Chico da Princesa é outro parlamentar a minimizar seu inquérito. "Isso é uma história antiga lá de Santo Antônio da Platina. Não era nem uma eleição minha, mas apareceu uma senhora dizendo que eu teria dado R$ 10 a ela para votar em um candidato. Não procede essa história e por isso espero o arquivamento do caso."