Além da população de baixa renda, os adolescentes são o outro público atingido diretamente pelo aumento do preço do cigarro, acredita Cristiane Vianna, técnica da Divisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional de Combate ao Câncer (Inca). Com o cigarro mais caro, afirma Cristiane, os adolescentes evitarão o contato com o tabaco ou pelo menos retardarão a iniciação do hábito de fumar, minimizando os efeitos no organismo.

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De acordo com a pesquisa Inquérito Nacional sobre Tabagismo entre Escolares, feita pelo Inca entre 2002 e 2003 em 12 capitais brasileiras, de 36% a 58% dos adolescentes entre 13 e 15 anos do sexo masculino e de 31% a 56% do sexo feminino já haviam fumado ou tido contato com cigarro. "O cigarro é a segunda droga mais consumida pelos adolescentes brasileiros. E com o preço mais alto eles tendem a não comprar", aponta Cristiane.

Opinião compartilhada pelo médico otorrinolaringologista Jayme Zlotnik, presidente da Associação Paranaense contra o Fumo e membro do Comitê Antifumo do Hospital de Clínicas (HC). Entretanto, o médico ressalta que isso ocorrerá somente com os jovens de classes financeiras mais baixas. "O jovem abastado continuará a fumar do mesmo jeito, pois o preço não faz diferença para ele", argumenta o médico.

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