A cidade Água Preta, com 33 mil habitantes, está entre as cidades mais atingidas pelas chuvas da última semana em Pernambuco. No estado, segundo a Defesa Civilhá 4.935 famílias desabrigadas e 10.193 desalojadas. Só em Água Preta, na região da Zona da Mata, cerca de 30% da população (cerca de 10 mil pessoas) foi afetada pelas inundações e até esta segunda-feira (9), conforme a assessoria de imprensa da prefeitura. Pelo menos 864 famílias continuam desabrigadas.

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Na última sexta-feira (7), porque havia muitas crianças e gestantes desabrigadas nas ruas, o prefeito Eduardo Coutinho "mandou abrir" a sede da Igreja Universal do Reino de Deus da cidade, que é localizada na Praça dos Três Poderes, no centro da cidade, e estava vazia e fechada.

"O prefeito estava apavorado com a situação e pediu autorização do juiz para abrigarmos as famílias no local", disse a assessora de imprensa do município, Diná Mileide. Segundo ela, "não houve uma autorização judicial formal". "O juiz entendeu a necessidade e afirmou ao prefeito que poderiam entrar", afirmou Diná. O nome do magistrado não foi divulgado pela prefeitura.

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A prefeitura informou que 14 famílias continuam abrigadas no local e que fez um levantamento dos móveis e utensílios dentro da igreja para evitar danos ou furtos. Segundo a assessora, dois advogados da Universal estiveram no local para conferir a situação e não se opuseram à ocupação. O G1 tentou contato com o setor jurídico da Universal em São Paulo e mandou e-mail à assessoria de imprensa da igreja, mas até as 9h desta segunda-feira não obteve retorno.

A prefeitura informou que, na área rural da cidade, pouco menos de 5 mil pessoas continuam ilhadas, ou com difícil acesso. Os pacientes que precisam fazer hemodiálise estão sendo resgatados por helicóptero e mais de 30 engenheiros foram destruídos.

Nesta segunda-feira, o prefeito da cidade irá se reunir com o governador Eduardo Campos para verificar o possível envio de verbas para a região, informou a prefeitura.Cidades em calamidade

Defesa Civil de Pernambuco informou que 9 municípios declararam estado de calamidade pública e 26 estão em situação de emergência; ao todo, 55 sofreram com os efeitos das chuvas. Até o último balanço, 18 municípios estavam em situação de emergência e 15 mil famílias foram atingidas pelas chuvas.

O estado de calamidade pública está um nível acima da situação de emergência na classificação dos efeitos que um desastre provoca sobre a comunidade. Nos dois casos, o município consegue acelerar o repasse de recursos dos governos estadual e federal para reparar os danos.

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Os nove municípios que decretaram estado de calamidade pública foram Água Preta, Barreiros, Catende, Cortês, Jaqueira, Maraial, Palmares, Primavera e Xexéu.