Prefeitos eleitos e reeleitos em algumas das cidades mais prejudicadas pelas chuvas em Santa Catarina terão como o principal desafio do próximo mandato, que começa em 1º de janeiro, a reconstrução das cidades. Para isso, segundo eles, projetos eleitorais terão de ser adiados.

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Em Blumenau, o prefeito reeleito João Paulo Kleinübing (DEM) destacou que a prioridade será reconstruir a infra-estrutura da cidade, o que, segundo ele, pode levar dois anos.

"Vamos precisar de um ano e meio ou dois anos de trabalho para recuperar toda a cidade. (...) Levantamento preliminar mostra que 12 pontes e passarelas foram severamente comprometidas. O número de ruas que foram destruídas e vão precisar ser pavimentadas a gente ainda nem conseguiu contabilizar. Também há escolas que foram totalmente destruídas, postos de saúde que foram soterrados", conta Kleinübing.

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Segundo ele, para a reconstrução será necessário apoio "externo", dos governos estadual e federal. "O município, pela sua própria receita, não terá condições de recompor em pouco tempo aquilo levou anos para ser construído."

Na cidade de Itajaí, a grande prioridade será reconstruir o porto da cidade, motor da economia local, segundo o prefeito eleito Jandir Belini (PP), que é deputado estadual. "Tínhamos projeto de modernização, para tornar o porto mais competitivo. Agora temos que trabalhar para voltar ao que tínhamos. O porto é muito importante para a nossa economia, representa de 60% a 70%", destacou o prefeito eleito.

Belini também diz que contará com recursos estaduais e federais. "Itajaí sempre contribuiu muito com o estado e a União. Agora, é o momento de retribuírem financeiramente."

O prefeito reeleito de Ilhota, vizinha de Itajaí e Blumenau e uma das cidades mais atingidas com as chuvas, Ademar Felisky (PMDB), afirma que os trabalhos serão "ininterruptos".

"Não vai ter recesso, fim de semana, Natal e Ano Novo. Vamos trabalhar para solucionar o problema. Todos os meus projetos eleitorais vão ser engavetados. Se trabalharmos de forma ininterrupta por um ano, após esse trabalho, aí sim poderemos desengavetar projetos e dar continuidade."

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Transição

Em Camboriú, cidade de cerca de 70 mil habitantes, a prefeita eleita, Luzia Coppi Mathias (PSDB), aliada do atual prefeito, disse que sua intenção era dar continuidade aos trabalhos da atual gestão, mas já assumirá com o desafio de reconstruir o município.

"Ninguém imaginava uma situação dessas. Estávamos com a cidade linda. Minha proposta era dar continuidade ao trabalho iniciado nessa gestão. Tanto que fui eleita com 64% dos votos. Nunca se elegeu uma mulher em 124 anos [do município]", conta.

Para ela, o principal desafio será a forma de arrecadar os recursos necessários. "O prejuízo estimado é em torno de R$ 57 milhões e o Orçamento anual [da cidade] é de R$ 54 milhões. (...) Preciso da ajuda dos governos federal e estadual. O presidente já sobrevoou a região, já conhecem nossa realidade."

Celso Zuchi (PT), prefeito eleito de Gaspar, destacou que já está buscando as informações sobre os prejuízos em razão das chuvas com a atual gestão.

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"Nós estamos já trabalhando com toda a equipe de governo e buscando as informações necessárias para poder atender à população imediatamente quando a gente assumir em janeiro. Não vamos ter muito tempo para ficar pensando. Vamos ter que entrar agindo."

Atual vice-prefeito de Luis Alves (SC) e eleito para o próximo mandato, Viland Bork (PMDB) disse ainda não ter tido tempo de calcular os prejuízos com as enxurradas, que deixaram a cidade isolada até a última quarta-feira (26).

"Ainda estamos retirando pessoas [de áreas isoladas], depois é que vamos fazer um levantamento. É incalculável por ora", disse Bork.

"Estamos desanimados, não sabemos nem por onde começar, tantos problemas que têm. São 380 km de estradas no município e uns 50km de asfaltos. As de barros, destruiu tudo", contou o próximo prefeito da cidade.

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