Mais de um ano após a abertura do edital, a Pesquisa Origem e Destino prometida pela prefeitura de Curitiba deverá sair do papel no próximo mês de janeiro. O executivo municipal divulgou que a ordem de serviço foi assinada na última segunda-feira (9). Agora, o consórcio de empresas que será contratado para a tarefa submeterá os métodos de trabalho para apreciação do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). O objetivo é conhecer, com mais precisão, o fluxo atual de passageiros em Curitiba e outros 14 municípios da região metropolitana e também delimitar as demandas não atendidas em termos deslocamento, tanto entre aqueles que usam o transporte coletivo como aqueles que andam de carro.
A pesquisa custará R$ 6,1 milhões – sendo R$ 1,5 milhão via empréstimo da Agência Francesa de Desenvolvimento. O restante será custeado pelo orçamento municipal. O consórcio vencedor – formado pelas empresas Comap Consultoria, Marketing e Planejamento e Representações, Engimind Consultores de Engenharia e Planejamento Lda, Setepla Tecnomental Engenharia S/A, e Bureau de Pesquisa Social S/S Ltda-ME – terá de realizar entrevistas com 60 mil famílias para conseguir, pelo menos, 16 mil domicílios válidos. Ao todo, cerca de 250 mil pessoas devem ser ouvidas durante 18 meses.
Estudo vem depois da desintegração financeira da RIT
No ano passado, a Coordenadoria da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) divulgou a conclusão de uma pesquisa origem e destino. O levantamento custou R$ 1,5 milhão e ouviu 128 mil passageiros em ônibus, tubos e terminais. Não foram considerados os deslocamentos a pé, de bicicleta ou por automóvel particular.
Na época, a Comec disse que a pesquisa serviu para mostrar que a porcentagem e deslocamentos metropolitanos dentro da Rede Integrada de Transportes era maior do que o porcentual estimado pela prefeitura de Curitiba. Essa diferença justificaria uma diminuição nos subsídios dados pela gestão Beto Richa (PSDB) ao sistema. Mas, o estado nunca explicou como chegou a essa conclusão.
A atual gestão de Curitiba já divulgava desde 2012 a intenção de realizar uma pesquisa origem e destino. O levantamento municipal, inclusive, chegou a contar com o apoio do governo do estado. Reportagem de 2013 publicada no site da Urbs ressaltava essa parceria, inclusive com foto do presidente da empresa, Roberto Gregório, ao lado do secretário do Desenvolvimento urbano, Ratinho Jr (PSB).
Mas, esse entendimento caiu por terra neste ano, quando Gustavo Fruet (PDT) e Beto Richa se desentenderam sobre o valor de subsídio para renovação do convênio que mantinha a gestão da Urbs para toda a RIT. A partir de então, houve a desintegração financeira do sistema e as linhas metropolitana integradas passaram a ser geridas pela Comec.
Mesmo que a pesquisa tenha saído depois da desintegração do sistema de transporte coletivo, a partir dos resultados, o executivo espera ter condições de dar mais eficiência à mobilidade na RMC.
Em Curitiba, essa será a primeira vez que esse tipo de levantamento será realizado. São Paulo e Nova York, por exemplo, o realizam a cada dez anos. Além da capital, serão ouvidos moradores de Almirante Tamandaré, Araucária, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Colombo, Contenda, Fazenda Rio Grande, Mandirituba, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras e São José dos Pinhais.
De acordo com a prefeitura, apesar da importância do estudo, ele não deverá alterar o traçado já escolhido para implantação do projeto do Metrô. A demanda do novo modal prometido pela atual gestão já foi mensurada pelo Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), elaborado no ano passado pela empresa Triunfo Participações.
Segundo a prefeitura, o estudo que começará em 2016 será até mais amplo que uma pesquisa origem-destino de praxe. O edital descreve, por exemplo, que o vencedor da licitação terá de pesquisar a velocidade média em 30 rotas diferentes e realizar a contagem do tráfego em 850 pontos em três picos distintos. Todos os dados coletados alimentarão softwares que embasarão futuras tomadas de decisão.
Etapas da pesquisa
As entrevistas domiciliares ocorrerão na primeira etapa da Pesquisa Origem e Destino. Elas deverão identificar hábitos de deslocamento. Já a segunda frente de pesquisa será a contagem volumétrica e de velocidade de veículos. Essa etapa, que ocorrerá entre março e junho e, mais tarde, entre agosto e novembro de 2016, contabilizará quantos veículos passam pelos locais escolhidos, quantas pessoas há dentro dos carros de passeio, quais são os tipos de veículos e, ainda, quantas pessoas transitam a pé.
Os condutores de veículos de carga deverão ser abordados para informar o tipo de carga que estão levando, de onde vieram e para onde vão. Os locais de pesquisa não serão divulgados previamente para evitar distorções, mas já se sabe que serão escolhidos ligações importantes dentro das cidades pesquisadas e também entre bairros – tanto para pedestres quanto para veículos.
O terceiro tipo de levantamento é de opinião. As pessoas serão abordadas nas ruas, em locais de grande concentração, ou por telefone. As perguntas dirão respeito ao grau de satisfação com o transporte coletivo, com o sistema viário e com o trânsito em geral, além dos problemas enfrentados e trajetos não atendidos.
O prazo para a entrega da pesquisa ao município, já com os resultados tabulados, será de 18 meses a partir da assinatura do contrato.
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