Um balanço parcial do recadastramento dos usuários que utilizam, de forma gratuita, o transporte coletivo de Curitiba e que possuem problemas de saúde como doenças crônicas e deficiência física será divulgado pela Prefeitura na quarta-feira (23). A análise do cadastro de 35 mil pessoas que possuem o cartão de isento está sendo feita desde o dia 15 de julho em parceria entre a Urbs, a Secretaria de Saúde, a Fundação de Assistência Social (FAS) e as 21 clínicas credenciadas para fornecer os atestados e que prestam assistência aos usuários que têm direito ao benefício. Três dias antes, no dia 12 de julho, a reportagem do ParanáTV divulgou uma denúncia de uma beneficiária que conseguiu um atestado de forma irregular em uma clínica credenciada (Leia a matéria completa aqui).
Na sexta-feira, outra vertente do esquema de uso indevido dos cartões de isentos foi descoberta. Três cobradores que aplicavam golpes com o cartão-transporte em estações-tubo foram presos em Curitiba e São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. A maneira de agir era a mesma: eles convenciam idosos e portadores de necessidades especiais que passavam o cartão pelo leitor eletrônico, liberando a catraca, a passar pela porta de acesso ao lado da roleta. O dinheiro do passageiro que entrava em seguida era embolsado pelo cobrador. (Saiba como os cobradores foram descobertos na matéria completa).
Fases do recadastramento
O cartão de isento existe há três anos e é dirigido a pessoas doentes e de baixa renda. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Curitiba, a primeira fase do recadastramento prevê revisar todas as pessoas beneficiadas por conta das doenças crônicas. Para isso não é necessária a presença dos usuários que estão mantendo os seus tratamentos continuados condição para conseguir o benefício. Apenas quem possui o cartão e não deu continuidade ao seu tratamento em uma das clínicas credenciadas deverá perder o benefício. Na 2.ª e 3.ª fases serão recadastrados os aposentados por invalidez e a população da região metropolitana de Curitiba. Nesses casos ainda não está definida a forma com que os usuários serão informados sobre como deverão se recadastrar.
Ainda de acordo com a Prefeitura, quem tiver o cartão de isento cancelado deve procurar a clínica que forneceu o benefício para retomar o tratamento e, conseqüentemente, o direito de utilizar gratuitamente o transporte coletivo.
Entenda o caso
No dia 12 de julho, o esquema em que usuários se faziam passar por doentes mentais para conseguir o benefício e se locomover de graça com os ônibus de Curitiba foi descoberto pela Urbs e denunciado pelo ParanáTv. Na reportagem, uma mulher conta que conseguiu o cartão sem passar por nenhum exame médico ou ter de provar que precisava dele. Uma colega de trabalho teria indicado uma clínica que trata de pessoas com distúrbios mentais, onde bastaria pagar para ter o cartão. A mulher acusada de agenciar os cartões é a vendedora Isabel Ramos Gastaldi. Segundo o telejornal, ela tinha um cartão de isento e teria feito outro para a prima, Taciana Agostinho, que trabalha na mesma empresa. Procuradas pela reportagem, as duas não quiseram gravar entrevista, mas responsabilizaram a mulher que fez a denúncia pela fraude.
O dono da clínica não soube explicar quem teria fraudado esses documentos.