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Da prefeitura para o bicicletário do Parque Barigui: motivo da transferência da escultura da bicicleta causou questionamentos. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Da prefeitura para o bicicletário do Parque Barigui: motivo da transferência da escultura da bicicleta causou questionamentos.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A prefeitura de Curitiba retirou a escultura da bicicleta gigante que ficava em a sua sede, no Palácio 29 de Março, no Centro Cívico, e colocou no Parque Barigui. A mudança dividiu a opinião de seguidores da página da prefeitura no Facebook, mas surgiriam questionamentos sobre o direcionamento que o prefeito dará sobre as políticas públicas para incentivar o uso da bicicleta como modal de transporte.

A escultura de 4,2 metros de comprimento por 2,7 metros de altura é feita em metal e aço de chapas industriais, produzida com 50% de material reciclável pelo artista plástico César Ferreira,agora está em frente ao bicletário do Barigui, na Avenida Cândido Hartmann. Ela foi instalada em frente à prefeitura em setembro de 2015 e ficaria ali até o final da Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba daquele ano, mas acabou permanecendo na prefeitura como símbolo de uma das bandeiras da gestão Gustavo Fruet, que no primeiro dia de seu mandato em 2013 chegou de bicicleta à prefeitura.

De acordo com a prefeitura, a escolha do Barigui para receber a escultura se deu porque o local tem “grande concentração de moradores da capital e também de turistas, sendo ponto tradicional para prática de exercícios e de visitação”.

Em seu site, a prefeitura até tentou dizer que a presença da bicicleta gigante ali simboliza e estimula o cicloativismo. Mas trouxe declarações de entrevistados que ressaltaram o uso da bicicleta para a prática esportiva. E essa é exatamente a crítica que a gestão Greca tem recebido nas redes sociais.

Em seu perfil em uma rede social, o ex-diretor na secretaria de Trânsito de Fruet e vereador Goura Nataraj questionou a retirada da estátua da prefeitura. “Na linguagem dos símbolos, esta realocação diz muita coisa. Tiraram a bicicleta da rua e levaram para um parque. Esperamos que isto não se reflita na continuidade e no desenvolvimento das políticas cicloviárias de Curitiba. Bicicleta é trânsito e precisa ser valorizada pelos gestores e técnicos responsáveis”, escreveu.

Um seguidor da página da prefeitura foi na mesma linha de Goura, dizendo esperar que a decisão da prefeitura não simbolizasse a ideia de que lugar de bicicleta é no parque e somente para lazer. A prefeitura respondeu dizendo que a mudança “não se tratava disso” e que “o ciclista terá políticas públicas adequadas e também estrutura urbana para trafegar de forma segura por toda a cidade”.

Teve, porém, quem defendesse a medida, dizendo que não seria uma bicicleta exposta na frente da prefeitura que faria com que as pessoas pedalassem mais pela cidade.

Números

A gestão Fruet não conseguiu entregar os 300 Km de novas ciclovias prometidos, mas dobrou a malha cicloviária existente ao entregar 127 Km. Com isso, Curitiba hoje tem 254 Km de malha cicloviária, entre ciclofaixas e ciclovias. Além disso, outras medidas de Fruet para a mobilidade foram vistas como favoráveis à bicicleta. Uma delas foi a redução dos limites máximo de velocidade em algumas vias da cidade, como na avenidas João Gualberto e Sete de Setembro, onde a quantidade de ciclistas dobrou de 2013, ano anterior à implantação da Via Calma, para 2016 -- passando de 528 para 1.226.

Durante a campanha eleitoral, Greca disse que “novas ciclovias seriam feitas mas “de maneira a não infernizar a vida de quem dirige automóveis e ônibus”.

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