Leia a cobertura completa do acidente com o voo 447 da Air France:
Dia 17/06 (quarta-feira)
> Justiça do Rio concede indenização a parentes de passageiro do Airbus
> Justiça do Rio beneficia parentes de passageiro do voo 447 com indenização
> Destroços e bagagens foram recolhidos nesta quarta-feira
> Seis corpos chegam ao Recife para perícia
> Autoridades da França e Brasil descartam atrito por autópsias
> Seis corpos de vítimas do voo 447 vão para o Recife nesta quarta
> França reclama que Brasil veta acesso a autópsias do voo 447
> Franceses dizem não ter novas pistas sobre queda de avião
Dia 16/06 (terça-feira)
> Chega a 50 número de corpos de vítimas do voo 447 encontrados
A presidente da Associação Brasileira de Parentes e Amigos das Vítimas de Acidentes Aéreos (Abrapavaa), Sandra Assali, diz que tentou se encontrar com familiares das vítimas do voo 447 da Air France, nesta sexta-feira (5), em um hotel da Zona Oeste do Rio, mas teria sido impedida pela Air France de entrar na sala de convenções - onde se encontra a maioria dos parentes.
A assessoria de imprensa da Air France informou que, devido à situação especial, só os parentes das vítimas do voo 447 tem autorização para entrar na área restrita.
"Vim trazer uma orientação em um primeiro momento. Tenho 12 anos de experiência nisso. Presenciamos mais de 40 acidentes aéreos, inclusive os da Gol e da TAM. Mas estou conversando com as pessoas aqui fora do hotel. Sempre tive acesso a todos. Agora está sendo diferente. Isso só prejudica. Estou querendo apenas ajudar", reclamou
Além disso, Sandra Assali, que perdeu o marido em um acidente aéreo em 1996 - todos os passageiros que estavam no Foker 100 da TAM morreram -, lembrou que os parentes de vítimas têm um caminho árduo pela frente.
"Todos têm que saber que tem direito a receber um seguro obrigatório automático. Esse seguro viria pela França. Mas tem que chegar logo para ajudar as pessoas a contratarem advogados. A indenização nesses casos deve ser de 100 mil euros", disse.
Relação de passageiros
A presidente Abrapavaa ressaltou também a importância de os parentes terem acesso à lista de passageiros fornecida pela empresa aérea francesa.
"Tem que haver uma relação oficial da Air France. As pessoas não deviam ter acesso aos nomes apenas pelos jornais e internet. A prova delas vai ser essa relação de passageiros", garantiu.
De acordo com Assali, as famílias das vítimas do vôo 447 da Air France devem ser melhor orientadas. Por isso, ela divulgou um comunicado de três páginas com 14 itens para alguns parentes.
"Você tem que preservar as famílias, mas a Air France trouxe uma legislação da França. São regulamentos muitos rigorosos. A empresa tem sede em outro país. Mesmo que o processo corra lá fora, haverá necessidade de acompanhamento no Brasil", afirmou.
Parentes querem investigação da carga
Depois da divulgação de que os destroços encontrados pela Aeronáutica não são do avião do voo 447 da Air France, parentes das vítimas vão pedir a divulgação do manifesto de bagagem. Ou seja, o documento que descreve toda a carga conteúdo, tipo, peso e distribuição que estava na aeronave.
Segundo Maarten Van Sluys, irmão da passageira Adriana Van Sluys, eles querem saber se a carga pode ter desestabilizado o avião durante a forte turbulência que a aeronave teria enfrentado.
"Agora, infelizmente, tudo voltou a ser especulação. Não sabemos se o avião caiu durante uma tempestade, se explodiu, o que aconteceu. Vamos deixar a investigação acontecer, mas gostaríamos de ter mais informações", disse Maarten, que cedeu à mãe seu lugar no avião da FAB, que levou uma comitiva de 15 parentes ao Recife para acompanhar as buscas.
A visibilidade na área de buscas pelo voo 447, na região de Fernando de Noronha, está prejudicada na manhã desta sexta-feira (5), segundo o tenente-brigadeiro Ramon Borges Cardoso, do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, que participa das operações.
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