Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai usar a próxima semana para realizar conversas institucionais com os partidos aliados que vão compor o seu segundo governo. Depois das reclamações públicas dos presidentes do PMDB, Michel Temer (SP), e do PC do B, Renato Rabelo, de que ainda não foram chamados para dialogar, Lula decidiu formalizar o encontro com as legendas.

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Ideli Salvatti (SC), líder do PT no Senado – que ontem se reuniu com o presidente ao lado da comissão política do partido – disse que Lula pretende conversar sobre o espaço em seu novo governo com cada uma das legendas. "O presidente disse que vai priorizar na semana que vem as conversas com os partidos que têm possibilidade de integrar o governo, como o PMDB e o PTB, que já deu sinais de apoio", disse a líder.

Joaquim Soriano, secretário-geral do PT, afirmou que Lula não está disposto a dialogar com o presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), mas com outros interlocutores do partido. "Com relação a este senhor, nenhum militante do PT terá com ele um diálogo promissor", disse.

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Os petistas afinaram o discurso para não revelar as cobranças que fizeram para o presidente Lula no encontro de ontem sobre a participação do partido no próximo governo. Para evitar que o encontro fosse caracterizado pela cobrança de cargos e distanciar a pecha de "partido da boquinha" – como denominou o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho –, os petistas adotaram o mesmo discurso de que o diálogo com Lula não abordou cargos.

"A discussão não é espaço, isso é arquitetura. Nós tratamos sobre política", disse Soriano. Já Ideli Salvatti afirmou que ninguém abordou o tema "ministérios", já que essa é decisão que deve ser tomada unilateralmente pelo presidente Lula.

Para a 2.ª vice-presidente do PT, deputada Maria do Rosário (RS), o partido não está preocupado com a possível redução no número de ministérios sob o seu comando porque não acredita nesta hipótese. "É claro que o PT quer ter o tamanho da sua presença no próximo governo. O partido saiu das urnas como a legenda mais votada para a Câmara, tem uma bancada muito significativa. Não queremos avaliar a possibilidade de diminuição do PT porque isso não vai ocorrer", afirmou Rosário.