Cena da peça "A Descoberta das Américas"| Foto: Divulgação/Diego Pisanti

"Hackers" invadiam contas de diversos bancos

A polícia ainda não tem um levantamento de quantas pessoas teriam sido vítimas desta quadrilha, mas, sabe-se que o grupo agia há pelo menos um ano e meio.

A quadrilha invadia contas de diversos bancos. A polícia rastreou a ação de "hackers" em contas do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú e HSBC.

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Mais uma pessoa acusada de envolvimento com a quadrilha especializada em furtar dinheiro de contas bancárias usando a internet foi presa nesta quarta-feira (27) pela Polícia Civil de Apucarana, no Norte do Paraná. A organização criminosa foi desarticulada nesta terça-feira durante a "Operação Anti-Spam", deflagrada pela Polícia Civil do Paraná, sob o comando do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce).

Fábio César Prieto Vieira, de 29 anos, teve a prisão temporária decretada e se entregou à polícia no início da tarde desta quarta. Ele é apontado pela polícia como subcoletor e fornecedor do esquema, ou seja, ele cedia, em troca de dinheiro, a própria conta bancária para a quadrilha utilizar e ainda ajudava a cooptar mais correntistas. A polícia estima que a quadrilha já tenha lucrado mais de R$ 3 milhões sacando ilegalmente o dinheiro de pessoas de todos os lugares do Brasil.

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Com mais esta prisão, já são agora 34 as pessoas detidas acusadas de participação no esquema e não 41, como foi publicado pela Gazeta do Povo Online na terça-feira. Cinco pessoas ainda estão foragidas, entretanto, informa a assessoria da Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp), os advogados já entraram em contato com a polícia dizendo que os foragidos vão se apresentar. O local, assim como a data e o horário, não foram informados. Polícia cumpriu nesta quarta mais 20 mandados de busca em Apucarana

Além da prisão de Vieira, os policiais cumpriram mais 20 mandados de busca e apreensão em Apucarana - totalizando 56 em toda a operação. O objetivo seria apreender cartões eletrônicos e documentos bancários, que evidenciem os crimes de desvio de dinheiro. Nesta quarta-feira também, a polícia começou a ouvir os primeiros depoimentos - dos que tiveram a prisão temporária decretada (válida por cinco dias podendo ser prorrogada por mais cinco).

Segundo a polícia, a maioria dos presos temporários era de "fornecedores", como eram chamados, dentro da quadrilha, os correntistas que cediam suas contas. De acordo com o delegado Vagner Loureiro Rodrigues, do Nurce de Maringá, alguns interrogados disseram que chegavam a receber 50% do valor desviado das vítimas.

Para esta quinta-feira, é esperado o início dos interrogatórios dos hackers - apontados como chefes da quadrilha. A conclusão do inquérito tem prazo de dez dias para ser concluído, a partir do início da operação.

A operação

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A "Operação Anti-Spam" da Polícia Civil aconteceu na terça-feira nos municípios de Apucarana e Londrina, na região Norte do estado, e em Guaratuba, no litoral paranaense. As investigações mostram que o grupo comandado por "piratas de computador", chamados também de "hackers", contava com a colaboração de correntistas que recebiam parte do dinheiro furtado das contas.

Foram bloqueadas 23 contas bancárias do grupo. A polícia pediu ajuda ao Banco Central para identificar, com uma busca nacional, outras contas utilizadas pela quadrilha.

As pessoas detidas devem responder pelos crimes de formação de quadrilha, furto qualificado mediante fraude, interceptação de fluxo de comunicações em sistema de informática, lavagem de bens e dinheiro e sobre o sigilo das operações financeiras. Os que buscavam correntistas para o esquema, serão indiciados como co-autores do furto qualificado mediante fraude e responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro. Os subcoletores e "fornecedores", os que se propunham a fornecer os dados da conta bancária, devem responder por furto mediante fraude.